JESUS, EU CONFIO EN VÓS

Somo Servos da Misericórdia Divina.

O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.

Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.


Diariamente, colocaremos citações da obra de Santa Faustina, ou de outros autores que também receberam graças muito especiais, que o ajudará, com certeza, na sua meditação diária.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

COMO AS COISAS TERRENAS DURAM BEM POUCO...

   


À noite, o Senhor deu-me o entendimento de como todas as coisas terrenas duram bem pouco. E tudo o que é aparentemente grandioso se dissipa como fumo, não dando liberdade à alma mas apenas cansaço. Feliz da alma que compreenda estas coisas e mal roce a terra com a ponta dos seus pés. Meu único repouso é conVosco estar unida; tudo o resto me cansa. Oh, como sinto estar no exílio! E observo que ninguém compreende a minha vida interior. Só Vós me entendeis, Vós que estais oculto no meu coração e eternamente vivo.
     (D.1140)

Como pôde a humanidade de Maria aceitar e aderir àquilo que Deus lhe solicitava?


Se o evangelista São Lucas nos descreve a visita de Maria a Isabel, não é certamente, apenas como simples relato da história (...). Ele quer que compreendamos algo que diz respeito à obra da Salvação e ao preparo para o nascimento de Jesus de Nazaré. Da mesma forma, não é por acaso que o canto de ação de graças da Virgem Maria surge no final do relato desta visita, como a conclusão do ciclo das anunciações. (...) 
Para entender o motivo pelo qual a Visitação prepara o Magnificat, precisamos, inicialmente, fazer um pequeno esforço de imaginação, nós que conhecemos o final da história, para quem tudo se realizou no plano da Salvação e por quem o Espírito Santo foi derramado em nossos corações. Mas como pôde a Virgem Maria compreender o que estava acontecendo, logo no início, quando viu surgir um Anjo em sua casa, em Nazaré, vindo para lhe anunciar que ela seria a Mãe do Salvador? (...) E mesmo se o diálogo termina bem na ordem da graça ("faça-se em mim segundo a tua palavra" [Lc 1, 38]), como pôde a humanidade de Maria aceitar e aderir profundamente ao que Deus lhe solicitava? (...) 
Será que Maria conseguia discernir claramente essa grande obra? (...) Foi sua prima Isabel que pronunciaria as palavras que iriam confirmar o que disse o Anjo Gabriel: "Donde me vem que a Mãe do meu Senhor venha me visitar? Pois, quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. "(Lc 1, 43-44). Desde então, Maria soube que ela não era o resultado de uma ilusão, de uma ideia fixa ou de uma fantasia, mas que era realmente a obra de Deus que nela se realizava. 
E ainda há algo mais. Através do reconhecimento daquilo que recebeu por meio de outra pessoa, Maria descobriu, igualmente, que a criança que Elisabeth guardava em seu ventre já reconhecia o seu Filho. Ao lermos o Evangelho apreendemos que o bebê que Isabel engendrou em seu seio seria o maior entre os profetas e já se manifestara, naquele momento da visita de Maria, atestando que a criança que Maria levava em seu ventre era verdadeiramente o Filho de Deus.
 É por isso que o cântico de louvor de Maria pode, então, se manifestar. (...).

+ André Cardinal Vingt-Trois, Arcebispo de Paris 
http://www.paris.catholique.fr/140-Homelie-du-Cardinal-Andre.html 
Basílica da Visitação de Annecy - segunda-feira, 31 de maio, 2010



A REBENTAR DE ORGULHO E DE AMOR-PRÓPRIO...

      Oh, que dor me fere o coração, quando vejo uma freira sem espírito religioso! Como é que se pode ser agradável a Deus, quando se está a rebentar de orgulho e de amor-próprio, <a pretexto> de que se busca a glória de Deus, enquanto, de fato, prevalece a procura da glória própria? Quando reconheço uma tal coisa, isso muito me faz sofrer. Como pode uma alma assim unir-se estreitamente a Deus? Deste modo não pode falar de união com o Senhor.
      (D.1139)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

TER CONSCIÊNCIA DE DEUS

   
  Esse profundíssimo conhecimento de Deus dá-me uma total independência e liberdade espiritual e, na estreita união com Ele, nada me consegue perturbar, nem sequer os poderes angélicos. Sinto-me grandiosa apenas quando unida a Deus. Que grande felicidade é ter a consciência de que Deus está presente no coração e viver em estreita intimidade com Ele!
           (D.1135)

Sê sua advogada junto de Deus

Santa Joana de França, filha do rei Luís XI e fundadora da Ordem das Anunciadas, recebeu o grande privilégio de ouvir da Santíssima Virgem a forma como Maria exercia a caridade, servido como modelo para nós...: 

"Em tuas conversas, deves ser bondosa para com todos, e consagrar-te em fazer reinar a paz com as pessoas com quem convives, sempre proferindo palavras de paz e de salvação”...
 

Se vires alguém cometer pecado, deverás desvelar-te para rezar por esta pessoa, a fim de lhe obter a salvação, pois se Deus permite que alguém peque diante de ti, é para te oferecer a oportunidade de exercer a caridade para com os pecadores.”


 Sê, pois, sua advogada diante de Deus se quiseres que eu defenda a tua causa junto do meu Filho... "


R. Sr. Gabriel Maria, O. V. Senhor 
A Espiritualidade mariana de Santa Joana de França 

em: Maria − estudos sobre a Virgem Maria - sob a direção de Hubert du Manoir, S. J. −Volume IV, 1956

Fonte: UM MINUTO COM MARIA

O MAIS PROFUNDO CONHECIMENTO DE DEUS...

 
       
     Nesse momento percebi a imensa Majestade de Deus e compreendi como nada se pode comparar ao mais simples conhecimento de Deus. Toda a exterior grandeza se desvanece como <ínfima> poeira, diante de um só ato de mais profundo conhecimento de Deus.
            (D.1133)

SÓ O AMOR É ASSIM....

      - Oh, quão doce guardar no mais fundo da alma aquilo em que a Igreja nos diz que devemos acreditar! Quando a minha alma está imersa em Amor, resolvo bem claramente e depressa, mesmo as questões mais complicadas. - Só o amor é assim capaz de andar por escarpados desfiladeiros e atravessar os cumes das montanhas. - Amor e, sempre, Amor!
      (D.1123)

terça-feira, 28 de maio de 2013

      A minha alma sentiu-se tocada por Deus

       Hoje, desde manhãzinha, que a minha alma se sentiu tocada por Deus. Depois da Sagrada Comunhão, convivi durante algum tempo com o próprio Pai do Céu. E a alma arrebatada ao cerne mesmo do Amor ardente, compreendi que nenhuma obra exterior se poderia comparar ao puro Amor de Deus... Contemplei o júbilo do Verbo Encarnado e fui submersa na Trindade Divina. Quando voltei a mim, enchia-se-me a alma de saudade e ansiava pela união com Deus. Envolveu-me, então, um tão espantoso amor ao Pai celestial, que assinalo este dia como todo um longo, contínuo êxtase de amor. E o universos inteiro me pareceu como mera gotinha diante de Deus. Não existe maior felicidade do que aquela em que Ele me dá inteiramente a conhecer, quando Lhe agrada cada minha íntima palpitação, e quando me manifesta que me ama em especial. Esta firme convicção interior, em que Deus me testemunha o Seu Amor por mim e como Lhe agrada a minha alma, traz a esta uma profunda paz. Ao longo de todo este dia não consegui ingerir nenhum alimento; sentia-me totalmente saciada de amor.
      (D. 1121)

O QUE É A SANTIDADE E EM QUE CONSISTE...

     

Hoje durante a meditação, Deus deu-me a luz interior e a compreensão do que é a santidade e em que consiste. Embora já tenha ouvido  falar dela muitas vezes, em conferências, a alma compreende-a diferentemente, quando a conhece pela Luz divina que a ilumina.
     Nem graças, nem aparições, nem sequer êxtases ou quaisquer outros dons que lhe sejam concedidos, a tornam perfeita, mas sim a íntima união da minha alma com Deus. Esses dons são apenas um adorno da alma, mas não constituem a essência nem a perfeição. A minha santidade e perfeição consiste na estreita união da minha vontade com A de Deus.
     Ele nunca violenta o nosso livre arbítrio. De nós depende desejarmos acolher a graça de Deus, ou não, se queremos colaborar com Ela, ou desperdiçá-la.
    (D.1107) 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A NECESSIDADE DO MISTÉRIO

É provável que muitos católicos pensem muito pouco sobre sua própria salvação, mas talvez não pela razão mais óbvia: a falta de diligência sobre a sua salvação é consequência da secularização, pois somos parte de uma cultura que continuamente nos orienta para longe de Deus.

Mas uma segunda ideia dá conta de outro motivo: uma falsa segurança, injustificada, de que não temos muito com o que nos preocuparmos. Afinal, Cristo morreu pelos nossos pecados, e agora temos dois entendimentos: (1)  o sacrifício de Jesus é suficiente, os mandamentos foram cumpridos em sua plenitude e a nós cabe apenas amar o próximo e fazer o que nos convier (uma falsa interpretação de Santo Agostinho); ou (2) somos capazes de pelo nosso esforço de satisfazer a Deus (uma espécie de Pelagianismo, uma antiga heresia na Igreja).

De qualquer maneira, muitos passam pela vida pensando que a salvação é automática, ou, pelo menos, pode ser controlada inteiramente por nós quando envelhecermos. É um entendimento errado da Carta aos Filipenses: "continuem a trabalhar com temor e tremor, para a vossa salvação " (Fp 2,13b) O apóstolo não apenas diz isto para outros como também leva seriamente este ensinamento para a sua vida:

Faço tudo isso pelo Evangelho, para me tornar participante dos seus bens. Não sabeis que os que correm no estádio, embora  todos corram, só um alcança o prémio? correi, pois, de tal maneira que o alcanceis. Todos os competidores de tudo se abstêm,  para alcançar  uma coroa corruptível; nós, porem, para obter uma coroa incorruptível. Quanto a mim, não  corro sem rumo; combato, não como quem açoita o ar, mas castigo o meu corpo e reduzo-à escravidão, para que não suceda que, tendo pregado aos outros, eu próprio venha a ser reprovado. (1 Cor 9,23-27)

Se o apóstolo, que colocava sua vida nas mãos de Cristo, tinha esta atitude, o que dizer de nós? O Beato John Newman identificou uma parte importante do nosso problema quando observou que ambas atitudes incorrectas sobre nossa salvação tem origem no nosso relacionamento com o Mistério de Deus:

Aqueles que acreditam poder agradar a Deus ou que a perfeita obediência possa ser atingida pelos seus próprios esforços, não tem mais respeito ou reverência por sua religião do que quando move seu corpo  e decide por sua cabeça. E aqueles que consideram a Paixão de Cristo como um fato que absolutamente assegura a sua própria salvação, até pode ver mistério na Cruz, mas não verá obediência, e terá pouco apreço pelas orações e celebrações. Será uma pessoa livre, que apenas presume a presença de Deus. 

Pois eis aí algo que os santos místicos facilmente compreenderam, pois percebem a Deus com um "mistério tremendo", algo tão superior à imaginação humana que pode apenas inspirar admiração. Aqui estamos nós, meros mortais, criados do nada e continuamente sustentados por Deus, cuja existência é Sua essência, Deus que apenas não pode ser! Somos, de fato, criados e sustentados por uma torrente de amor infinito que ainda não somos permitidos experimentar, ou seja, ver Deus face a face, pelo menos até morrermos. 

Além do mais, fracos e indecisos, somos dependentes deste amor. Não temos absolutamente nenhum direito de recebê-lo a não ser a partir da própria afirmação de Deus que deseja nos amar, do que deu provas no sacrifício da Cruz. Através do seu Filho, Jesus Cristo, Deus arcou com o horror dos nossos pecados, tornando-se "um verme, não um homem"(Sl 22,7). Uma inconcebível condescendência! Portanto agora, comparado com este incompreensível amor de Deus, comparado com o fogo perpétuo do seu amor, como alguém pode ser complacente sobre seus merecimentos para gozar a vida eterna? 

De fato, já foi dito que a familiaridade gera certo descaso. Algumas vezes é necessário dar um passo atrás e contemplarmos seriamente aquilo que consideramos simples e óbvio. Devemos ser absolutamente diligentes sobre nosso comportamento frente a Deus. De acordo com a Igreja, nenhum de nós pode ter plena certeza de sua salvação. Ao contrário, se procurarmos viver em Seu amor de consciência limpa, então podemos ter confiança nas promessas de Cristo. Ou, como escreveu São Paulo: Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência de que nos temos comportado no mundo e, especialmente convosco, com a santidade e sinceridade que vêm de Deus, não com uma sabedoria carnal  mas a graça de Deus. (2Cor 1,12)

A este estado não chegamos sem algum esforço, e uma vez alcançado, deve ser muito bem guardado. É exatamente o tipo de temor e terror que nos fala o salmista: Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me das faltas escondidas! (Sl 19,13). Não poderíamos, então, muito facilmente nos afastarmos desta graça de Deus ao não prestarmos atenção ao amor de Deus, nos acomodando em conversas e assuntos humanos? Não é exatamente isto que o Senhor condena? E porque transgredir os mandamentos de Deus apenas para satisfazer a sua própria vida? Por conta dos nossos desejos, tornamos a palavra de Deus vazia. Contra isto alertou o profeta Isaías e relembrou Jesus, quando disse: Esse povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração  está longe de Mim. Em vão  me prestam culto; as doutrinas que ensinam são preceitos humanos. (Mt 15,8-9).

Sim, é muito fácil reduzirmos o Amor de Deus a um comportamento convencional, nos contentarmos com as normas do nosso tempo e lugar, ficarmos complacentes com nossa salvação, esquecermos a inefável glória e terrível santidade de Deus. É exatamente este senso de mistério, muito frequentemente perdido nas constantes tarefas da vida moderna, que nos leva a esquecer a graça, é este senso de mistério que nos recorda Deus, quem nós somos e quem é Deus. Alguns momentos de reflexão ajudam a relembrar este mistério. Talvez muitos de nós estejam precisando deste momento de reflexão. 

-- Against a Facile Assurance of Salvation, the Need for Mystery, Dr Jeff Mirus, do site Catholic Culture.
Fonte: Tesouros da Igreja Católica
O Terço de Madre Teresa

Numa determinada noite do ano de 1981, eu estava a bordo de um avião, embarcando para Chicago, em Illinois, e sentia-me cansado. À medida que os passageiros iam embarcando, o aparelho se enchia do ruído de suas conversas. De repente, as pessoas pararam de falar (...). Eu me virei para ver o que estava acontecendo, e fiquei estarrecido. 
Duas religiosas avançavam pelo corredor da nave, vestidas com seus hábitos brancos, bordados em azul. Reconheci imediatamente o rosto familiar de uma delas, a pele toda enrugada, os olhos de uma calorosa intensidade. Eu havia visto aquele rosto na capa da revista TIME. As duas freiras pararam ao nosso lado, e eu percebi que minha vizinha de poltrona seria a Madre Teresa de Calcutá.
 Assim que os últimos passageiros se instalaram, Madre Teresa e sua companheira de viagem pegaram os seus terços. Observei que cada dezena era composta por dez grãos de cores diferentes. Madre Teresa me explicou, mais tarde, que as dezenas representavam diferentes partes do mundo. Ela acrescentou: "Eu rezo para os pobres e pelos moribundos de cada continente". 

As duas senhoras começaram a rezar, de forma quase audível, como um murmúrio. Embora eu me considere um católico pouco religioso, praticante, mas apenas por hábito, uni-me àquelas preces, quase sem perceber. Madre Teresa se voltou para mim e, naquele momento seu olhar me invadiu com uma onda de paz. "Jovem", perguntou: "Você costuma rezar o terço com frequência?" “Não, realmente," confessei. Ela pegou a minha mão, enquanto seus olhos escrutavam-me . Então, sorriu para mim. "Muito bem, você o fará a partir de agora." E ela colocou o seu terço em minhas mãos. (...)
 
Após este inesperado encontro no avião, minha vida mudou. (...) Agora, eu tento lembrar-me daquilo que realmente conta, na vida; não é o dinheiro, não são os títulos ou os bens que importam, mas a forma como amamos o nosso próximo.


Jim Dennison, U.S.A. de 1981
Fonte: Um MInuto com Maria

VIRTUDE SEM PRUDÊNCIA...

 


 Virtude sem prudência, não o é de todo. Devíamos rezar muitas vezes ao Espírito Santo, pedindo essa graça da prudência. E esta compõe-se de: ponderação, sã consideração e propósito firme. Porém, a deliberação final pertence-nos sempre. Somos nós que temos de decidir, mas podemos e devemos pedir conselho e procurar luz...
    (D.1106) 

O CERNE DO AMOR É...





  O cerne do Amor é o sacrifício e o sofrimento. A verdade anda com uma coroa de espinhos. A oração envolve mente, vontade e emoção.
  (D.1103)

PROFUNDO CONHECIMENTO INTERIOR, QUE O PRÓPRIO DEUS CONCEDE À ALMA...

     
Na minha vida, há instantes e momentos espirituais de conhecimento interior, ou seja, luzes divinas, em que a alma recebe um ensinamento interior, sobre coisas que nem leu em livros, nem foi instruída por qualquer pessoa.
      São ocasiões de um profundo conhecimento interior, que o próprio Deus concede à alma. Grandes mistérios... Muitas vezes recebo luz e o conhecimento da vida interior de Deus e da Sua mais íntima disposição, o que me enche de inefável confiança e de uma alegria tal que não a posso conter em mim; <e> só desejo dissolver-me toda n'Ele...
      (D.1102) 

domingo, 26 de maio de 2013

SENTIR COM ANTECIPAÇÃO QUALQUER GRANDE GRAÇA...

 

    Consigo sentir, com antecipação, qualquer grande graça: envolve-me então uma estranha nostalgia e domina-me um grande desejo de Deus, enquanto fico a aguardar por aquela <graça>. E, quanto maior ela é, mais distintamente a pressinto e maior a luta que travo com o inimigo da minha salvação.
      É assim que a minha alma se encontra, às vezes, num tal estado que, para me fazer entender, sou obrigada a utilizar uma comparação: Como se houvesse dois sinceros amigos; um deles que está a preparar uma grande festa e tendo convidado o outro; amos já aguardam com satisfação, todavia a hora do banquete fora predestinada. Pois bem, esses momentos que imediatamente precedem a graça são tão violentos que me é difícil descrevê-los. São marcados por uma dolorosa ansiedade mas não posso ainda mergulhar n'Ele por completo, dado ter  sido determinada a hora.
      Por vezes, antes de uma tal ocasião de graça, sinto-me inteiramente despojada - de mente, de vontade e de coração. Fico mesmo só e à espera de Deus só. É Ele mesmo quem assim me dispõe antes da Sua vinda.
      (D.1100)

SE A ALMA AMA SINCERAMENTE A DEUS E ESTÁ EM ÍNTIMA UNIÃO COM ELE...

     
 Hoje, durante uma lição catequética confirmei o que por uma compreensão interior e, desde há muito vivia, ou seja: se a alma ama sinceramente a Deus e está em íntima união com Ele, ainda que na exterioridade se encontre em condições difíceis, nada consegue perturbar o seu interior e, mesmo no meio da corrupção, pode permanecer puro e íntegra. É que o grande amor a Deus dá-lhe  força para a batalha, e Ele também o protege de modo especial, até miraculosamente, se a alma O ama com sinceridade.
                                              (D.1094)    

sábado, 25 de maio de 2013

QUANTO MAIS PROFUNDAMENTE UMA ALMA SE HUMILHA, TANTO...

  Hoje, quando me envolveu a Majestade divina, a minha alma compreendeu que o Senhor, tão grandioso embora, ama as mais <pequenas e> humildes.
   Quanto mais profundamente uma alma se humilha, tanto com maior bondade o Senhor se aproxima dela, unindo-Se estreitamente a ela, e elevando-a ao Seu próprio Trono. Feliz da alma a quem o próprio Senhor defende. Tomei consciência de que só o amor é que conta, o valor magnificente do amor; nada, nenhuma obra, pode ser comparada a um ato que seja de puro amor de Deus, - absolutamente nada.
      
                                               (D.1092)
OS SETE SELOS DA VIRGEM MARIA

Poderíamos considerar que a Virgem Maria é como aquele livro, lacrado com sete selos, visto por São João Evangelista, no Apocalipse, e que só pode ser aberto pelo Cordeiro (Ap 5, 5). 

Os sete selos são os sete dons do Espírito Santo que a Virgem Maria possuía em plenitude, mais do que qualquer outra criatura. Nós podemos, igualmente, compreendê-los como os sete privilégios por ela desfrutados.

Primeiramente, ela foi escolhida por Deus, desde a eternidade, como a primogênita de todas as criaturas. Como segundo selo, ela concebeu em seu seio e na sua carne o Verbo feito homem, cuja humanidade recebeu o puríssimo sangue materno. Como terceiro, a partir de suas palavras, ela santificou são João, em virtude do Verbo encarnado estar em seu puríssimo seio. O quarto, após ter gerado Jesus, ela permaneceu virgem. O quinto selo diz respeito ao próprio Filho de Deus que lhe foi submisso, humilde e obediente. Como sexto selo, seu corpo, após a morte, não foi sequer corrompido. E o sétimo e último selo equivale à sua colocação à direita de seu Filho.
 

Se, quando morremos, desejarmos entrar no bem-aventurado Reino do Paraíso, devemos desde já, exercer a perfeição, praticar a humildade, a paciência, a caridade e todas as outras virtudes.

Santa Maria Madalena de Pazzi, 
autor místico (1566-1607) 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

PODES EMPREENDER COISAS QUE ULTRAPASSAM AS TUAS POSSIBILIDADES...

 
 Jesus infundiu na minha alma poder e coragem para agir. Agora compreendo o Senhor, se exige alguma coisa da alma, dá-lhe a possibilidade de a executar e, pela graça, torna-a capaz de realizar o que lhe pede. E, assim, ainda que a alma seja a mais miserável, pode, por ordem do Senhor, empreender coisas que ultrapassem as suas possibilidades. O sinal, pelo qual se pode conhecer que o senhor está com essa alma, é o de nela se manifestar esse poder e essa força de Deus que a torna corajosa e valente. Quanto a mim, no primeiro momento, atemorizo-me um pouco com a grandeza do Senhor, mas depois penetra na minha alma uma paz profunda e nada a perturba, uma força interior para aquilo que o Senhor quer em determinado momento... 
    (D.1090)

QUE O VOSSO SANGUE, PURO E SAUDÁVEL, CIRCULE NO MEU ORGANISMO...


   Sentia-me tão mal, que com dificuldade me levantei para a Santa Missa. Achava-me mais doente do que tinha sido enviado para começar o tratamento. Tinha um grande estertor, e um rouco nos pulmões e umas estranhas pontadas. Quando recebi a Sagrada Comunhão, não sei como,  senti-me impedida a fazer uma oração e comecei a rezar desta maneira: "Ó Jesus, que Vosso Sangue, puro e saudável, circule no meu organismo exangue, e que o Vosso Corpo, puro e são, transforme o meu corpo doente, e que pulse em mim uma vida saudável e vigorosa, se realmente for da Vossa santa Vontade que eu me encarregue desta Obra, e esse será para mim um claro sinal do Vosso santo desígnio."
      Tinha assim rezado, quando experimentei, subitamente, como que um movimento brusco em todo o organismo e, de repente, senti-me inteiramente bem. Tenho a respiração limpa, como se nunca houvesse sofrido dos pulmões, não sinto nenhuma dor no peito, e isto é sinal de que devo integrar-me a esta Obra.
            (D1089)


"Neste ícone, disse o bispo, sobeja uma graça divina especial"

Aqui está um episódio da vida de São Josaph (Gorlenko), bispo de Bielgorod (1754+): 

Fazendo sua visita pastoral a Isioum, o bispo notou, em um local próximo à igreja em que se encontrava, um grande ícone da Santíssima Virgem: as pessoas utilizavam o ícone ao jeito de um para-vento para esconder carvão. Durante muito tempo ele observou o ícone; em seguida, ajoelhou-se e pronunciou em voz alta: "Rainha dos Céus! Perdoai a negligência de vossos servidores, eles não sabem o que fazem." 

Censurou o padre local por esta falta de respeito pelas coisas santas e exigiu que o ícone fosse colocado na Igreja, bem à vista de todos. "Neste ícone, disse ele, sobeja uma graça divina especial, nele a santíssima Soberana manifesta sua intercessão em favor da cidade e de todo o país." 

Dia e noite, o bispo vinha rezar diante da imagem. Muitas vezes, disse que havia visto aquela imagem em um sonho e que dela havia ouvido as seguintes palavras: "Olha o que os vigários deste templo fizeram da minha imagem, destinada a ser uma fonte de graça para o país: eles a jogaram no lixo!"

S. Tyszkiewicz, S. J. 
A devoção dos santos russos a Maria 
em: Maria – estudos sobre a Virgem Maria – sob a direção de Hubert du Manoir, S. J. - Volume III, 1954.
Fonte: Um Minuto com Maria

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Conselhos do Cardeal Verdier a seus sacerdotes

   "Vós retornareis para vossas casas, amanhã. Peço-vos que façais um feito memorável e uma oração." 

Ao chegar, quando abrirdes a porta de vossa Igreja, parai por um instante. Dizei a Maria: "Ó minha Mãe, passe na frente. A partir deste momento, eu quero nesta casa, que é sua e minha, orar com a senhora, pregar, confessar com a Senhora: eu quero viver todo o meu sacerdócio com a Senhora." 

Em seguida, ide para o presbitério. Após terdes aberto a porta, parai por mais um instante, convidai Maria a passar na vossa frente e dizei-lhe: "Ó minha Mãe, passe primeiro. Eu quero viver com a Senhora nesta casa, e bem perto da Senhora, quero viver na mortificação, na paciência, na pureza e na caridade." 

Finalmente, quando abrirdes a porta de vosso quarto, parai por um momento, mais uma vez, e convidai vossa Mãe a passar na vossa frente dizendo-lhe: "Neste local, principalmente, ó minha Mãe, não se afaste mais de mim. Aqui eu quero orar, estudar, dormir, morrer sob o seu olhar, pertinho do seu coração."

Cardeal Verdier,  
Lembrana de meus retiros pastorais 
Citado em Maria – estudos sobre a Virgem Maria – sob a direção de Hubert du Manoir, S. J. - Volume III, 1954.
Fonte: Um Minuto com Maria

CONFERÊNCIA SOBE O COMBATE ESPIRITUAL...

   
- Minha filha, quero instruir-te sobre a luta espiritual. Nunca confies em ti, mas entrega-te inteiramente à Minha Vontade. Na desolação, nas trevas e diversas dúvidas, recorre a Mim e ao teu director espiritual; ele te responderá sempre em Meu Nome. Não comeces a discutir com nenhuma tentação; encerra-te logo no Meu Coração e, na primeira oportunidade, conta-a ao confessor. Coloca o amor-próprio em último lugar, para que não contagie as tuas acções. Com grande paciência, suporta-te a ti-mesma. Não descuides as mortificações interiores. Justifica sempre em ti, o juízo das Superiores e do Confessor. Foge dos que murmuram, como se da peste. Deixa que todos procedam como lhes aprouver; age tu antes como estou a exigir-te.

   - Observa a Regra o mais fielmente possível. E, se experimentares dissabores, pensa antes no que poderias fazer de bom pela pessoa que te faz sofrer. Evita a dissipação. Cala-te, quando te repreenderem; não peças a opinião a todos, mas do teu director: diante dele sê franca e simples como uma criança. Não te desencorajes com a ingratidão; não indagues com curiosidade os caminhos pelos quais te conduzo; quando o enfado e o desânimo bateram á porta do teu coração. Foge de ti mesma e esconde-te no Meu Coração. Não tenhas medo da luta: a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousa então acometer-nos.
   - Combate sempre com a profunda convicção de que eu estou contigo. Não te guias pelo sentimento, por que ele nem sempre está em teu poder, porem todo o mérito reside na vontade. Nas mínimas coisas sê sempre submissa  às superioras. Não te iludo com perspectivas da paz, e de consolos, mas prepara-te antes para grandes batalhas. Fica a saber que estás actualmente em cena e que toda a Terra e o Céu inteiro te observam. Luta como <valorosos> cavaleiros, para que eu possa recompensar-te; não temas sem razão estás sozinha.
(D.1760)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

CONFERÊNCIA SOBRE O SACRIFÍCIO E A ORAÇÃO....

       

Quero ensinar-te como deves salvar as almas pelo sacrifício e pela prece. Pela oração e pelo sofrimento salvarás mais almas do que o missionário apenas pelos ensinamentos e sermões. 
 (D.1767)

MEDITAR SOBRE A VIDA DIVINA...


    - Minha filha, medita sobre a vida divina que está contida na Igreja, para a salvação e a santificação da tua alma. Considera a forma como estás a aproveitar estes tesouros de graças, esses esforços do Meu Amor.
      
   Aplicação. Ó Jesus, todo compassivo, nem sempre soube aproveitar esses dons inestimáveis, porque não prestava atenção ao dom em si, porem antes a dava, demasiada, ao recipiente em que me concedeis as Vossas graças. Meu dulcíssimo Mestre, a partir de agora será já diferente, pois aproveitarei da Vossa Graça da melhor forma que a minha alma for capaz. A fé viva me há-de ajudar; seja qual for a forma que assumir a graça que me enviardes, aceitá-la-ei directamente de Vós, sem entender ao meio pelo qual me estais a enviar. Se nem sempre estiver em meu poder aceitá-la com alegria, fá-lo-ei sempre
                                                                    na submissão à Vossa santa Vontade.
                                                                    (D.1758)

ANTES DE CRIAR O MUNDO, EU AMAVA-TE...

 - Não tenhas medo de nada; aquilo que aos outros é vedado, a ti é concedido. As graças, que a outros almas não é dado ver, nem mesmo de longe, com elas tu te alimentas, diariamente, como se fosse o pão de cada dia.
         
           - Reflecte, Minha filha, sobre quem é Aquele com Quem o teu coração  está estreitamente unido pelos votos... Antes de criar o mundo, Eu amava-te com o Amor que o teu coração experimenta hoje, e, por todos os séculos, o Meu Amor não mudará nunca.
(D.1753)

terça-feira, 21 de maio de 2013

VITIMA DE AMOR VIVO...

    Quero ver-te como vítima de amor vivo, que só assim tem poder diante de Mim. Deves ser aniquilada, destruída, vivendo como morta no mais oculto do teu ser. Importa que sejas consumida nesse recôndito que o olhar humano jamais atinge e, então, serás para Mim um sacrifício agradável, um holocausto cheio de doçura e perfume, e grande será o teu poder em favor de todo aquele por quem intercederes. Exteriormente, o teu sacrifício há-de ter esta aparência: escondido, silencioso, repleto de amor, embebido de amor. Exijo de ti, Minha filha, que a tua oblação seja pura e cheia de humildade, para que Eu possa ter predilecção por ela. Não te pouparei a Minha graça, afim de que possas cumprir o que estou a exigir-te.
     Ensinar-te-ei agora em que vai consistir esse holocausto na vida diária para te livrar da ilusão: Aceitar, mas com amor, todos os sofrimentos; e não te preocupes, se o teu coração, muitas vezes, sentir relutância e má vontade para esse sacrifício. Todo o seu poder existe na vontade e, portanto, esses contrários sentimentos, não hão-de diminuir  Meus olhos esses sacrifícios, mas até o aumentarão. Fica a saber que, tanto o teu corpo, como a tua alma várias vezes hão-de sentir-se em fogo. Ainda que em certas horas não Me sintas, Eu estarei junto de ti. Não temas, a Minha graça estará contigo...
(D.1767)

domingo, 19 de maio de 2013

ORAÇÃO PARA PEDIR OS SETE DONS DO ESPÍRITO SANTO

    Sabedoria
    Espírito Santo, que com a vossa palavra fizestes o universo e com sabedoria formastes o homem, concedei-me o dom de saborear as delícias que vêm do alto.
       - Glória ao Pai...
     
    Entendimento
    Espírito Santo concedei-me o dom de viver em plenitude: o dom de amar a vida, o ar, as flores, os pássaros. Dai-me, outra vez, a brisa do primeiro paraíso, onde em cada amanhecer raiava a esperança. Cada instante era motivo de alegria e cada entardecer plenitude.
       - Glória ao Pai...
    Conselho
    Espírito Santo concedei-me o dom de gerar fontes de vida nos olhos que a tristeza amordaçou; de afagar a dor que sentem aqueles que deixaram de sonhar; de escutar a voz dos que gritam no silêncio e de mostrar a vossa luz na plena escuridão de algum lugar.
      - Glória ao Pai...
    Fortaleza
    Espírito Santo, Vós que iluminais a escuridão do mundo e fazeis da fraqueza força, dai-me a solidez e a fortaleza para superar os temores da minha alma e percorrer, com valência, o caminho que me leva a Deus.
    - Glória ao Pai...


    Ciência
    Espírito Santo, que me ensinais a julgar tudo com equidade, dai-me a graça de entender a glória da criação e descobrir, na sua beleza, o rosto amoroso do Pai.
    - Glória ao Pai...


    Piedade
    Espírito Santo, fazei-me sentir no coração impulsos de alegria e paz, ao saber que não estou só, na vida, porque Deus é grande e é meu Pai. Dai-me o sentimento de ser filho e o dom de espalhar o amor pelos homens meus irmãos.
    - Glória ao Pai...


   Temor de Deus
    Espírito Santo, dai-me a consciência humilde da minha própria fragilidade e impotência, o temor de me afastar da rectidão, de faltar ao amor, de causar tristeza no coração do Pai.
    - Glória ao Pai...