JESUS, EU CONFIO EN VÓS

Somo Servos da Misericórdia Divina.

O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.

Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.


Diariamente, colocaremos citações da obra de Santa Faustina, ou de outros autores que também receberam graças muito especiais, que o ajudará, com certeza, na sua meditação diária.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Criação e o erro dos criacionistas


Hoje num encontro com membros da Pontifícia Academia de Ciências, o Papa Francisco falou brevemente sobre a criação. Acho que ficou muito bom, pois em breve palavras explica a questão do criacionismo, a ciência, e a visão da Igreja.

"Quando lemos o relato da criação na Bíblia podemos imaginar que Deus é um mágico que com uma varinha de condão criou todas as coisas. Porém não é assim. Deus criou a natureza e a deixou se desenvolver segundo as regras de cada coisa, para que possa alcançar sua potencialidade. Deu a tudo autonomia, a todos seres do universo, ao mesmo tempo que lhes assegurava sua presença contínua. E assim a criação seguiu sua marcha por séculos e séculos, milênios e milênios, até se converter no que conhecemos hoje; exatamente porque Deus não é um mágico, mas sim o Criador de todas as coisas. O início do mundo não é obra do caos nem Deus deve sua origem à algum outro, mas deriva diretamente de um princípio supremo que cria tudo por amor. O Big Bang, onde se situa a origem do mundo, não contradiz a intervenção de um Deus criador, mas ao contrário, requer. A evolução da natureza não contraria a idéia da criação, por que a evolução pressupõe a criação daquilo que evolui.

Quando ao ser humano, há uma mudança e uma novidade. Quando, no sexto dia da história do Gênesis, chega a criação do homem, Deus dá ao ser humano outra autonomia, algo diferente de toda natureza, que é a liberdade. E diz ao homem que ponha nome em todas as coisas e siga adiante o curso da história. Faz o homem responsável pela criação, para que domine a criação, para que a desenvolva até o final dos tempos."

Fonte: Tesouros da Igreja Católica


Os apóstolos, testemunhas de Cristo ressuscitado


São Paulo dizia: «A fraqueza de Deus é mais forte do que todos os homens» (1Cor 1,25). Que a pregação é obra de Deus, é evidente; pois como poderiam doze homens ignorantes ter tido a ideia de proceder a tal diligência, eles que viviam perto de lagos e de rios e no deserto? Como poderiam, eles que nunca tinham visitado as cidades e respectivas assembleias, pensar em mobilizar-se contra o mundo inteiro? Eles estavam cheios de medo, e o evangelista mostra-o bem, pois não quis desculpar nem esconder os seus defeitos. Isto é uma prova muito forte de veracidade. O que diz deles? Quando Cristo foi preso, depois de ter feito inúmeros milagres, a maioria dos apóstolos fugiu, e o que era o seu chefe permaneceu apenas para O negar.
Quando Cristo estava vivo, estes homens foram incapazes de suportar os assaltos dos seus inimigos. Morto Cristo e enterrado […], como se mobilizariam contra o mundo inteiro? Eles próprios não se terão interrogado: «Ele não foi capaz de se salvar a Si mesmo, e irá proteger-nos? Quando estava vivo, não foi capaz de Se defender, e agora que está morto vai sustentar-nos? Quando estava vivo, não foi capaz de submeter qualquer nação, e nós vamos convencer o mundo proclamando o seu nome?» […] É portanto evidente que, se não O tivessem visto ressuscitado e não tivessem tido a prova da sua omnipotência, não teriam assumido tal risco.

Comentário do dia São João Crisóstomo (c. 345-407)
Presbítero de Antioquia, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilia sobre a 1ª carta aos Coríntios 4, 3; PG 61,34

sábado, 18 de outubro de 2014


           A LEITURA DAS SAGRADAS ESCRITURAS

A leitura das Sagradas Escrituras é um prado espiritual e um paraíso de delícias, bem mais agradável do que o Paraíso de outrora. Deus não plantou este paraíso na terra, mas nas almas dos fiéis. Não o plantou no Éden nem no Oriente, num local específico (Gn 2,8), mas espalhou-o por todo o mundo, até aos confins da terra habitada. E, uma vez que compreendes que ele espalhou as Sagradas Escrituras por toda a terra habitada, escuta o profeta que diz: «Por toda a terra caminha o seu eco, até aos confins do universo a sua palavra» (Sl 18,5; Rom 10,18). […]

Este paraíso também tem uma fonte, como o de outrora (Gn 2,6.10), fonte de onde nascem inúmeros rios. […] Quem o diz? O próprio Deus, que nos dá todos estes rios: «Do seio daquele que acredita em Mim correrão rios de água viva, como diz a Escritura» (Jo 7,38). […] Esta fonte é incomparável, não apenas pela sua abundância, mas também pela sua natureza; com efeito, dela não jorram rios de água, mas os dons do Espírito. Esta fonte divide-se por todas as almas dos fiéis, mas não fica por isso diminuída: divide-se, mas não se esgota. […] Inteira em nós e inteira em cada um: tais são, com efeito, os dons do Espírito.
Queres saber qual é a abundância destes rios ? Queres saber a natureza destas águas? Em que é que elas são diferentes das águas aqui da terra, porque são melhores e mais magníficas? Escuta novamente Cristo, quando fala com a Samaritana, e compreenderás a abundância da fonte: «Porque a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (Jo 4,14). […] Também queres conhecer a sua natureza? Utiliza-a! Na verdade, ela não é útil para a vida aqui na terra, mas sim para a vida eterna. Passemos, pois, o nosso tempo neste paraíso: sejamos convidados a beber desta nascente.

São João Crisóstomo (c. 345-407)
Presbítero de Antioquia, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
3ª Homilia sobre a inscrição dos Actos dos Apóstolos; PG 51,87
Fonte: Arautos do Evangelho

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

«Até os cabelos da vossa cabeça estão contados, não temais»



Deus envia-me a cruz. […] Bendita seja ela porque, como diz Job, «se recebemos os bens da mão de Deus, não aceitaremos também os males?» (2,10) Tudo nos vem dele, saúde e doença, bens temporais, infelicidades e infortúnios: tudo, absolutamente tudo, está perfeitamente ordenado. Se por vezes a criatura se rebela contra o desígnio de Deus, peca, porque tudo é necessário, tudo está bem feito, e os risos são tão necessários como as lágrimas. Podemos tirar proveito de tudo para a nossa perfeição, na condição de vermos, em espírito de fé, a obra de Deus em tudo e de nos colocarmos como crianças nas mãos do Pai. Com efeito, aonde iríamos nós sozinhos? […]
Não procuro arrancar-me aos sentimentos [que as minhas provações me inspiram], é evidente; mas aquilo que Deus quer é aperfeiçoá-los em mim. Para isso, leva-me por aqui e por ali, como um brinquedo, levando-me a abandonar pedaços do meu coração pelo caminho. Deus é grande e realiza tudo perfeitamente! Como me ama e que mal que eu lhe pago! A sua providência é infinita e devemos confiar-nos a ela sem reservas.

São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938)
Monge trapista espanhol - Escritos espirituais, 11/08/1934

terça-feira, 14 de outubro de 2014

                   Luz perene no templo do Pontífice eterno

Que felizes, que ditosos aqueles servos que o Senhor ao voltar encontrar vigilantes! (Lc 12,37). Preciosa vigília pela qual se mantém alerta para Deus, criador do universo, que tudo penetra e tudo supera!

Oxalá também a mim, embora vil, mas, seu mínimo servo, se digne de tal forma sacudir-me do sono da inércia, acender o fogo da caridade divina. Que a chama de seu amor, o desejo de união com ele cintilem mais que os astros e sempre arda dentro de mim o fogo divino!

Quem me dera serem tais os méritos, que minha lâmpada estivesse sempre acesa, à noite, no templo de meu Senhor, para iluminar todos os que entram na casa de meu Deus! Senhor, concede-me, eu te rogo, em nome de Jesus Cristo, teu Filho e meu Deus, aquela caridade que não conhece ocaso, a fim de que minha lâmpada possa acender-se e jamais se apague. Arda para mim, ilumine os outros.

Que tu, Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, te dignes acender nossas lâmpadas, de modo a refulgirem para sempre em teu templo, receberem perene luz de ti, que és a luz perene, para iluminar nossas trevas e afugentar de nós as trevas no mundo. Entrega, rogo-te, meu Jesus,Pontífice das realidades eternas,tua luz à minha candeia, para que por esta luz se manifeste a mim o santo dos santos que te possui, ali entrando pelos umbrais de teu templo magnífico, e onde somente e sem cessar eu te veja, te contemple, te deseje. Esteja eu apenas diante de ti, amando-te, e em face de ti minha lâmpada sempre resplenda, se abrase.

Suplico tenhas a condescendência de te mostrares, amado Salvador, a nós que batemos à tua porta para que, conhecendo-te, só a ti amemos, só a ti desejemos, só em ti meditemos dia e noite, sempre pensemos em ti. Inspira em nós tanto amor por ti quanto é justo que sejas, ó Deus, amado e querido. Teu amor invada todo o nosso íntimo, teu amor nos possua por inteiro, tua caridade penetre em nossos sentidos todos. Deste modo, não saibamos amar coisa alguma fora de ti, que és eterno. Uma caridade tamanha que nem as muitas águas do céu, da terra e do mar jamais a possam extinguir em nós, conforme a palavra: E as muitas águas não puderam extinguir o amor (Ct 8,7).

Que tudo se realize em nós, ao menos em parte, por teu dom, Senhor nosso, Jesus Cristo, a quem a glória pelos séculos. Amém.

de São Columbano, abade (século VI)
fonte: Tesouros da Igreja Católica

Um coração que verdadeiramente se dá a Deus


Compreendamos bem isto, o nosso coração pertencerá completamente a Deus a partir do dia em que por Ele renunciarmos a todas as nossas vontades, a partir do dia em que apenas quisermos o que Ele quer. Este Deus, de resto, só quer o nosso bem e a nossa felicidade. «Cristo morreu», diz o apóstolo Paulo, «para ser o Senhor dos vivos e dos mortos. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; e se morremos, é para o Senhor que morremos. Ou seja, quer vivamos quer morramos, é ao Senhor que pertencemos» (Rom 14, 8-9). Jesus quis morrer por nós; que mais podia Ele ter feito para conquistar o nosso amor e Se tornar o único Dono do nosso coração? Cabe-nos portanto, doravante, mostrar ao céu e à Terra, com a nossa vida e com a nossa morte, que já não nos pertencemos a nós, mas que somos inteiramente posse do nosso Deus, dele apenas.

O quanto Deus deseja ver um coração que verdadeiramente se dá por completo a Ele! Com que amor ardente não o amará! Quantos sinais de ternura não lhe prodigalizará, já aqui, nesta vida na Terra! Quantos bens, quanta felicidade, quanta glória não lhe preparará nos céus! […]

Almas fiéis! Caminhemos ao encontro de Jesus; se Ele tem a felicidade de nos possuir, temos nós a de O possuir a Ele: a troca é muito mais vantajosa para nós do que para Ele. «Teresa», disse um dia o Senhor a esta santa [de Ávila], «não tinhas sido, até aqui, completamente minha; agora que és integralmente minha, fica a saber que Eu sou teu completamente.» […] Deus arde de um desejo extremo de Se unir a nós; mas é preciso que também nós zelemos no cuidado de nos unirmos a Deus.

Santo Afonso-Maria de Ligório (1696-1787)
Bispo, Doutor da Igreja 
6º Discurso para a novena de Natal

quarta-feira, 8 de outubro de 2014



                   
                           Senhor, ensina-nos a orar

Na oração, as palavras servem para nos estimular e nos fazer compreender melhor o que pedimos ; não pensemos que são necessárias para informar o Senhor ou forçar a sua vontade. Quando dizemos: «Santificado seja o vosso nome», estimulamo-nos a desejar que o nome de Deus, que é sempre santo em Si mesmo, seja também honrado como santo entre os homens, e nunca desprezado; e isto não é para benefício de Deus, mas dos homens. Quando dizemos: «Venha a nós o vosso reino» – que há-de vir certamente, quer queiramos, quer não –, excitamos a nossa aspiração por aquele reino, para que ele de facto venha a nós e mereçamos reinar nele. Quando dizemos: «Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu», pedimos ao Senhor que nos dê a virtude para que se cumpra em nós a sua vontade, como os anjos a cumprem no céu. […]
Quando dizemos: «Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido», tomamos consciência do que pedimos, e do que devemos fazer para merecermos receber o perdão. […] Quando dizemos: «Livrai-nos do mal», recordamos que ainda não estamos naquele sumo bem onde já não é possível sofrer qualquer mal. E estas últimas palavras da oração dominical têm um significado tão amplo, que o cristão, seja qual for a tribulação em que se encontre, pode com elas exprimir os seus gemidos ou lamentações, dar início, continuar ou terminar a sua oração.
Tínhamos necessidades destas palavras para gravar na memória todas estas realidades. Quaisquer outras palavras que possamos usar na oração […] nada mais dizem para além do que se encontra já na oração do Senhor, se de facto oramos como convém.

 Santo Agostinho (354-430)
Bispo de Hipona (Norte de África), Doutor da Igreja
Carta 130, a Proba, sobre a oração, 11-12 (trad. cf bréviaire 3ª feira da XXIX semana do Tempo Comum)

sábado, 4 de outubro de 2014

                                        PENSAMENTOS

                                          (Dos ensinamentos de Jesus à Irmã Consolata) 


     " Consolata, diz ao mundo quanto Eu sou bom e materno, e que, em troca, só espero amor das minhas criaturas. Tanto hoje como ontem, só peço e pedirei amor às pobres criaturas. Oh! Se pudesse descer a cada coração e derramar em torrentes as ternuras do meu coração!
      Ensaio por ser servido pelas minhas criaturas por amor. E não que evitem a culpa por medo dos meus castigos. Quero ser amado, quero o amor das minhas criaturas; e quando me amarem, não me ofendam mais.
     Ama-me, Consolata, ama-me somente; no amor está tudo. Quando me amas, dá a Jesus tudo o que Ele deseja das suas criaturas: o amor!
     Só o amor divino pode fazer de apóstatas, apóstolos; de de lírios sujos, lírios imaculados; de repugnantes pecadores cheios de vícios, troféus de misericórdia!
     Põe toda a atenção no dever de cada momento para realizá-lo com todo o amor possível. Quanto mais valor tiverem as tuas acções tanto mais crescerás no amor.
     Transforma em rosinhas todas as coisas aborrecidas que encontrares no caminho; apanha-as com amor e oferece-mas com amor. Eu gosto muito do que me oferecem; fá-lo com todo o amor possível; e, então, todos os vossos pequenos nadas se tornarão preciosos para mim.
     Consolata, diz às almas que prefiro um acto de amor e uma comunhão de amor a qualquer outro dom que me possam oferecer. Sim, um acto de de amor a uma disciplina, porque tenho sede de amor.
     Consolata, escreve - porque to imponho por obediência - que Eu criaria o Paraíso em troca de um acto de amor.
    Ama-me, Consolata; quanto mais me amares, mais santa te tornarás. Lembra-te de que o amor e só o amor te levará vitoriosa a todos os cumes.
    Ama-me e serás feliz, e tanto mais feliz quanto mais me amares. Oh! Se me amares, quanta felicidade reinará no mundo que é tão infeliz!"
«Porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos»
Recorda-Te de que, ao olhares para os campos,
O teu Coração Divino antecipava a ceifa (Jo 4,35)
Erguendo os olhos para a santa montanha
Murmuravas o nome de todos os teus eleitos
Para que a tua ceifa fosse logo feita.
A cada dia, meu Deus, imolo-me e peço
Que as minhas alegrias e prantos
Sejam pelos teus ceifeiros.
Recorda-Te. […]
Recorda-Te daquele Condenado de sofrimento esgotado
Que gritou, voltando-Se para o céu:
«Vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder» (Mc 14,62)
Que Ele era o Filho de Deus, ninguém queria acreditar (Mt 27,40ss),
Porque estava escondida a sua inefável glória.
Ó Príncipe da Paz (Is 9,5),
Eu reconheço-Te,
Eu creio em Ti!
Recorda-Te.
Recorda-Te de que, no dia da tua vitória,
Nos dizias: «Porque Me viste, acreditaste.
Felizes os que crêem sem terem visto» (Jo 20,29)
Na sombra da fé, amo-Te e adoro-Te
Ó Jesus! Para Te ver, espero em paz a aurora,
Que o meu desejo não é
Ver-Te aqui na Terra.
Recorda-Te.
Recorda-Te que, ao ires ter com o Pai,
Não podias deixar-nos órfãos
E, fazendo-Te prisioneiro na Terra,
Soubeste esconder os teus raios divinos.
Mas a sombra do teu véu é luminosa e pura,
Pão vivo da fé, alimento celeste (Jo 6,35),
Ó mistério de amor!
O Pão nosso de cada dia, para mim,
És tu, Jesus!

de Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897)
Carmelita, Doutora da Igreja

Poema «Jesus, meu amado, recorda-Te!»; estr. 15, 23, 27-28

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

     
                   Conduzi-me no caminho para a vida

— Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
— Em que lugar me ocultarei de vosso espírito? E para onde fugirei de vossa face? Se eu subir até os céus, ali estais; se eu descer até o abismo, estais presente.
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
— Se a aurora me emprestar as suas asas, para eu voar e habitar no fim dos mares; mesmo lá vai me guiar a vossa mão e segurar-me com firmeza a vossa destra.
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
— Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes! Que prodígio e maravilha as vossas obras!
R: Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

Salmo 138 (139)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

                                    
                 O AMOR A DEUS

       A Virgem Santíssima, como nenhuma outra criatura, foi o modelo perfeito de amor, como nos demonstra este trecho :
           "Voz de servo cristão, filho de Maria : Vós, Virgem Mãe, ao morrer, acabastes, pois, vítima do amor divino. O amor divino consumiu, enfim, com as últimas chamas, a vítima que já vinha sendo preparada desde há tantos séculos no plano de Deus.
           Uma alma tão generosa a Deus como obediente à sua vontade, tão fiel e tão santa, só podia separar-se do corpo por esta forma. Longe de eu ficar admirado de Vos ver morrer de amor, só me admira que a continuidade e o ardor dos arrebatamentos do vosso amor Vos tenham feito terminar a vida mais depressa.
           Tendo Vós saído pura e sem mancha das mãos do Criador, logo que O conhecestes, escolhestes o seu divino amor para o vosso único ideal e o vosso coração só viveu e se alimentou do mesmo ardor das chamas que o abrasaram.
           Em toda a vossa vida tivestes este amor: pensamentos, palavras, acções, temor, esperança, alegria, tristeza, tudo em Vós era dirigido ao Senhor.
           Quanto mais conhecidas eram as grandezas e perfeições incomparáveis de Deus, mais Ele parecia amável e mais era amado. Mas de entre as puras criaturas quem é que O conheceu melhor de que Vós?
           Vós, corações dos santos, fostes cheios deste amor mas o Coração de Maria teve o máximo desse amor. Vós, serafins, amais muito mas, à beira desta fornalha, o vosso amor não passa duma centelha.
           "Mãe do amor formoso" (1), era preciso ter amado o amor como Vós, para poder dizer e explicar quanto Vós amáveis. Vós morreis de amor e nós não vivemos! Nós não fazemos por buscar a felicidade de morrer ao menos de amor!
           Voz de Maria: qual a razão, meu filho, de só te ocupares deste mundo, se não é a única coisa que te faz estar nele? Deus criou-te para O amares.
           Grande a mania dos homens que dão o seu coração a um amor diferente do de Deus, que é o único que lhes pode dar a felicidade temporal e eterna.
           Deixa-te, meu filho, dessa infeliz cobardia que te faz ficar parado e atado nos caminhos do amor divino, pois pouco fizeste no caminho de Deus.
           Tens medo dos sacrifícios. Não há amor sem custo. É suspeito o amor de quem só o declara quando já nada tem a sofrer pelo amado. Procura amar acima de tudo, com coragem, disposto a perderes para isso até todos os bens do que a graça de Deus e disposto a sofrer antes todos os males do que a cometer a mais leve ofensa.
           Se a tua vontade se deixa encantar uma vez pelo amor, nada te parecerá impossível: "O amor é forte como a morte", não conhece dificuldades.
           Tens vícios a corrigir e sentimentos a dominar. Ama e o amor levará a cabo este trabalho e fá-lo-á em pouco tempo. 
           Não ames mais do que o que Deus ama. Quando amares com Ele qualquer coisa, ama como Ele quer que se ame. Só Deus deve satisfazer em tudo quanto nos agrada.
          O verdadeiro amor não dá qualquer importância àquilo que não é Deus nem é de Deus. Procura, portanto, só a Ele e em tudo faz por querer só a Ele.
          Meu filho, serás feliz  debaixo do reinado deste amor. Quanto mais viver dele, mais quererás viver. É verdade que terás de sofrer nas prisões mas ficarás bem triste de não seres escravo do amor do Senhor.
         Que este amor seja o teu tesouro, até na maior pobreza de bens deste mundo. Verás que Ele faz a vez de todos os bens.
         É principalmente na morte que se vê a felicidade de se ter deixado levar pelas atracções do senhor.
         A morte, essa hora de inquietações e lágrimas para a maioria das pessoas, é para um cristão um tempo cheio deste amor e de consolações e ainda da mais doce paz.
         Dá-te, pois, ao amor divino, abandona-te à sua orientação, seja ele a razão de ser da tua vida e o teu alimento. Procura fazer tudo por amor.
         Voz do servo cristão, filho de Maria: Eu sinto, Altíssima Virgem, eu sinto nascer em mim, ao escutar-Vos, um desejo muito forte de só ter daqui em diante o divino amor como único Mestre e Senhor.
         Ah! Já que o meu coração pode contentar ao meu Deus e só Ele o pode fazer, deixa já de pertenceres a mim e às criaturas para ficares dado e consagrado inteiramente ao Senhor.
         Este desejo é um fruto da graça que me foi alcançada de Deus, pois sem Ele e sem o seu auxílio, eu não podia amar.
         E, sem o seu socorro, eu não podia amá-lO como deve ser nem continuar neste amor. Ah! Rogai sempre por mim, a fim de o meu amor me acompanhar sempre no Senhor.
        Eu, no entanto, tremo, porque não me fio em mim próprio, por causa da minha inconstância mas Vós, que a conheceis e me repreendeis com toda a justiça, dignai-Vos ser o meu apoio e segurança por meio da vossa protecção.
        Sim, para longe de mim tudo o que não presta e é de desprezar, tudo isso que tem o seu fim no mundo e que é a morte do meu coração. O meu coração quer, enfim, viver e, meu Deus, será o viver sem o vosso amor?
        Ainda que as criaturas se queixem de eu as abandonar, elas, apesar de parecerem ser-me úteis, o que fizeram foi roubar-me a verdadeira felicidade.
        Vou persegui-las com o meu desinteresse e falta de apreço até elas deixarem de prejudicar o meu amor.
        Virgem Santíssima, modelo perfeito de amor, o meu coração vai ser  como que um céu onde irei amar unicamente o meu Deus com a justa esperança de morrer no seu amor e de amá-lO eternamente, imitando assim a vida que Vós, Virgem Santíssima, levastes na terra e imitando ainda a vida que levais no Céu e na companhia dos santos...

       Imitação da Santíssima Virgem, de uma tradução portuguesa, editada em Portugal pela Editoral Missoes, apartado 40 - 3721-908 Vila de Cucujães

Chegou a hora de rezar Maria 

como Rainha dos Anjos

Em 13 de janeiro de 1864, Padre Louis Cestac, que fundou a Congregação das Servas de Maria, (...) viu os demônios espalhados sobra a Terra, causando estragos indizíveis. Ele teve uma visão da Santa Virgem Maria lhe dizendo que efetivamente os demônios estavam enfurecidos e que havia chegado a hora de invocá-la como Rainha dos Anjos (…) para derrubar as potências do inferno. Ele recebeu da Santa Virgem esta oração :

“Augusta Rainha do Céu, soberana Rainha dos Anjos, vós que, desde o início recebeu de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás, nós vos pedimos humildemente, envia vossas legiões celestes a fim de que, sobre suas órdens e pelo vosso poder, elas persigam os demônios, os cambatam por toda a parte, puninindo suas audácias e lançando-os para o abismo. Quem como Deus ?

Ó boa e terna Mãe, vós sereis sempre nosso amor e nossa esperança. Ó divina Mãe enviai os Santos Anjos para me defender e afastar para longe de mim o cruel inimigo. Santos Anjos e Arcanjos, defendei-nos, guardai-nos."

Oração indulgenciada por São Pio X, em 08 de Julho de 1908 

Fonte: Um Minuto com Maria