JESUS, EU CONFIO EN VÓS

Somo Servos da Misericórdia Divina.

O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.

Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.


Diariamente, colocaremos citações da obra de Santa Faustina, ou de outros autores que também receberam graças muito especiais, que o ajudará, com certeza, na sua meditação diária.

quinta-feira, 20 de março de 2014


«Deus olha para o coração» (1S 16,17)

Terá o pobre sido recebido pelos anjos unicamente devido ao mérito da sua pobreza? E terá o rico sido enviado para o lugar dos tormentos apenas por culpa da sua riqueza ? Não: é preciso entendermos que foi a humildade que foi premiada no caso do pobre e o orgulho condenado no caso do rico.

Eis a prova de que não foi a riqueza mas o orgulho que levou a que o rico fosse castigado. O pobre foi levado para o seio de Abraão; mas as Escrituras dizem de Abraão que ele tinha muito ouro e prata e que era rico na terra (Gn 13,2). Se todos os ricos são enviados para o lugar dos tormentos, como pôde Abraão receber o pobre no seu seio? Acontece que Abraão, com toda a sua riqueza, era pobre, humilde, respeitador e obedecia a todas as ordens de Deus. Ele tinha a sua riqueza em tão pouca conta que, quando Deus lho pediu, aceitou oferecer em sacrifício o filho a quem destinava essa riqueza (Gn 22,4).

Aprendei, pois, a ser pobres e ter necessidades, quer possuais alguma coisa neste mundo quer não possuais nada. Porque encontramos mendigos cheios de orgulho e ricos que confessam os seus pecados. «Deus resiste aos orgulhosos», estejam eles cobertos de seda ou de trapos, «mas dá a sua graça aos humildes» (Tg 4,6), quer eles possuam, ou não, bens deste mundo. Deus olha para o interior; é aí que avalia, aí que examina.

Santo Agostinho (354-430)
Bispo de Hipona (Norte de África), Doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, Sl 85; CCL 39, 1178

quarta-feira, 19 de março de 2014

 «Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor»




Como foi fiel em humildade, este grande santo [que festejamos]! E tal não se pode dizer com base na sua perfeição pois, apesar de ser quem era, em que pobreza e opróbrio viveu durante toda a sua vida! Pobreza e opróbrio sob os quais escondeu e encobriu as suas grandes virtudes e a sua dignidade. […] Na verdade, não tenho dúvida nenhuma de que os anjos, cheios de admiração, vieram em bando considerar e admirar a sua humildade, quando ele guardava o Menino na oficina onde praticava o seu ofício, para alimentar o Filho e a Mãe que lhe estavam confiados.


Não há dúvida de que São José foi mais valente que David e mais sábio que Salomão [seus antepassados]; no entanto, vendo-o reduzido ao exercício da carpintaria, quem poderia conceber tal coisa sem estar iluminado pela luz celeste, tão bem escondidos ele trazia os dons admiráveis com que Deus o tinha agraciado? Mas tinha de ter muita sabedoria, visto que Deus tinha posto a seu cargo o seu glorioso Filho […], o Príncipe universal do céu e da terra! […] E, apesar de tudo, vedes como ele se rebaixou e humilhou mais do que se poderia dizer ou imaginar […]: foi à sua terra, à sua cidade de Belém, e ali ninguém foi mais rejeitado por todos do que ele. […] Vede como o Anjo o conduz à sua vontade: diz-lhe que tem de ir para o Egito e ele vai; ordena-lhe que regresse e ele regressa. Deus quer que ele se mantenha sempre pobre […], e ele a isso se submete amorosamente, e não apenas durante algum tempo, pois permaneceu pobre toda a sua vida.




São Francisco de Sales (1567-1622)
Bispo de Genebra, Doutor da Igreja
Conversas, nº 19

terça-feira, 18 de março de 2014


«Quem se humilhar será exaltado»


Não creio que haja alguém que precise tanto do socorro e da graça de Deus como eu. Por vezes sinto-me muito desarmada e fraca. E acredito que é por isso que Deus Se serve de mim. Uma vez que não posso contar com as minhas próprias forças, volto-me para Ele vinte e quatro horas por dia. E se o dia tivesse mais horas precisaria também da sua graça durante essas horas. Todos devemos agarrar-nos a Deus pela oração. O meu segredo é muito simples: rezo. Pela oração, uno-me a Cristo pelo amor. Compreendi que rezar-Lhe é amá-Lo. […]

As pessoas têm fome da Palavra de Deus que traz a paz, traz a união, traz a alegria. Mas não podemos dar o que não temos. É por isso que devemos aprofundar a nossa vida de oração. Sê sincero nas tuas orações. A sinceridade é a humildade e a humildade só se adquire aceitando as humilhações. Tudo o que foi dito sobre a humildade não chega para ta ensinar. Tudo o que leste sobre a humildade não chega para ta ensinar. Só se aprende a humildade aceitando as humilhações, e encontrarás humilhações ao longo de toda a tua vida. A maior das humilhações é saber que não somos nada; eis o que aprendemos quando nos encontramos frente a Deus na oração.

Por vezes, um olhar profundo e fervoroso para Cristo constitui a melhor das orações: olho-O e Ele olha-me. Neste face a face com Deus, só sabemos que não somos nada e que não temos nada.


Beata Teresa de Calcutá (1910-1997)
Fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
No Greater Love

segunda-feira, 10 de março de 2014

Santa Baquita, uma escrava moderna

Baquita nasceu em torno de 1869 na vila de Olgossa, próximo ao Monte Agilerei e da cidade de Darfur. Pertencia ao povo Daju, seu pai era razoavalmente próspero e muito respeitado, irmão do chefe da vila. Tinha três irmãos e três irmãs, como ela diz em sua auto-biografia: "Tinha uma vida feliz, sem preocupações, sem conhecer o sofrimento".

Ainda muito jovem, quando tinha cerca de oito anos, provavelmente em 1877, foi sequestrada por árabes mercadores de escravos. Já de início foi obrigada a andar cerca 960 quilômetros descalça até El Obeid, onde sua venda já estava arranjada até antes de chegar lá. Nos próximos 12 anos, ela foi revendida outras três vezes, até ser dada de graça. Devido ao trama do sequestro e outras violências, esqueceu seu nome; Baquita é um apelido dado por um dos seus captores e significa "sortuda"em árabe, tallvez por ter sobrevivido apesar de tudo. Também foi obrigada a seguir o Islamismo.

Um dos seus proprietários, um rico comerciante árabe, colocou-a para servir suas duas filhas, que a tratavam bem. Mas certa vez quebrou um vaso mais valioso que pertencia a um dos filhos, que enfurecido surrou-a com socos e chutes, deixando-a de cama por mais de um mês. Outro proprietário foi um general turco, Baquita deveria servir sua esposa e sogra, que eram bastante cruéis com os escravos. Relata ela: "Durante todos os anos que passei naquela casa, não lembro um dia em que tenha sido ferida ou espancada. Quando uma ferida começava a sarar, logo outros golpes abriam novos ferimentos". 

Certo dia ela e outros escravos foram marcados. As duas mulheres assistiram e colaboraram. Primeiro utilizando farinha, elas marcaram linhas no corpo de Baquita; então, com uma faca cortaram ao longo das linhas e colocaram sal nas feridas abertas para tornar as cicatrizes permanentes. Foram contadas 114 cicatrizes nos seios, ventre e braço direito. 

Ao final de 1882, a cidade de El Obeid estava ameaçada por revolucionários. O general turco começou a preparar o retorno para seu país, vendendo todos escravos, exceto 10 deles. Baquita foi comprada pelo Vice-Consul italiano Callisto Legnani, que era um homem mais culto e gentil. Pela primeira vez em muitos anos ela pode ter um pouco de tranquilidade. Quando Legnani, dois anos depois, retornou a Itália, Baquita implorou para não ser vendida e servi-lo em sua casa na Itália. Ao final de 1884, a família teve que fugir da cidade que já estava cercada, empreendendo uma travessia de 650 km no lombo de camelos por áreas perigosas até o porto de Suakin. Em Abril de 1885 chegaram ao porto de Genova. Legnani deu Baquita de presente para a família Michieli que também havia fugido do Sudão. Seus novos proprietários a levaram para uma mansão próxima a Veneza, onde Baquita ficou responsável por criar a filha recém-nascida do casal, que chamava-se Alice. 

Em 1886, Augusto Michieli decidiu comprar um hotel no porto de Suakin, vender sua mansão na Itália e transferir toda família de volta para o Sudão. A venda da casa demorou muito mais que o esperado. Em 1888, Baquita e a menina Alice foram colocadas em um convento sob custódia das irmãs canossianas, em Veneza, para aguardar o momento adequado de se irem para o Sudão. Mas quando sua proprietária retornou para levá-la, Baquita recusou-se firmemente, contando com o apoio da irmã superior, que nesta época já contava Baquita entre suas catecúmenas, candidatas a entrar na irmandade. A questão foi parar nos tribunais e em 29 de Novembro de 1889 foi decidido que como a escravidão já estava legalmente extinta tanto na Itália quanto no Sudão, Baquita nunca fora uma escrava; estava então com cerca de 20 anos e poderia escolher seu destino. Preferiu continuar seu caminho junto com as irmãs canossianas.

Em 9 de Janeiro de 1890 foi batizada, recebeu primeira comunhão e crisma do Arcebispo Giuseppe Sarto, futuro Papa Pio X. Assumiu o nome de Josephine Margaret e Fortunata (a tradução para o italiano de "sortuda"). Após este dia, sempre que havia ocasião, Baquita ia até a pia batismal, ajoelhava-se e beijava-a, dizendo: "Aqui tornei-me filha de Deus".

Em 7 de Dezembro de 1893 entrou no noviciado das Irmãs Canossianas e em 8 de Dezembro de 1896 proclamou seus votos, em celebração presidida pelo Cardeal Sarto. Em 1902 foi transferida para o convento de Schio, onde passou o resto de sua vida, exceto por um período entre 1935 e 1939, quando residiu no Noviciado Missionário de Milão e ajudou na preparação de jovens irmãs que iriam para a África. Segundo ela, seu coração e orações estavam sempre em Deus e na África.

Certa vez uma estudante lhe perguntou: "Irmã, o que você faria se viesse a reencontar seus captores e proprietários?" Ela respondeu:"Se eu viesse a encontrar meus sequestradores e torturadores, eu me ajoelharia aos seus pés e beijaria suas mãos. Por que se tais coisas não tivessem me acontecido, eu não seria uma cristã".

Durante 42 anoos, em Schio, Baquita ajudou como cozinheira, sacristã e porteira, tornando-se bastante conhecida na cidade. Sua gentileza, calma e alegria tornaram-na reconhecida pelos habitantes, que a chamavam de "Madre Morena". Seu carisma e reputação de santidade foram reconhecidos pela ordem, que em 1931 publicou um pequeno livro com sua história (Storia Meravigliosa, de Ida Zanolini), tornando-a famosa por toda It;alia. Durante a II Guerra, quando havia bombardeios, os habitantes corriam para o convento e pediam para que ela rezasse por todos. Embora bombas tenham caído em Schio, nenhum habitante morreu ou ficou gravemente ferido.

Seus últimos anos foram marcados pela doença, que a colocou em cadeiras de rodas. Sempre que perguntada sobre sua condição, respondia que estava como "o Mestre desejava". Suas últimas palavras foram "Eu estou tão feliz. Nossa Senhora, Nossa Senhora!". Santa Baquita morreu em 8 de Fevereiro de 1947, às 8:10 da noite. Por três dias os italianos vieram prestar-lhe homenagens.

Os pedidos para sua canonização iniciaram-se imediatamente e o processo foi instalado pelo Papa João XXIII. Em 1o de Dezembro de 1978, o Papa João Paulo II declarou-a venerável; em 17de Maio de 1992, declarou-a beata e em 1o de Outubro de 2000, foi canonizada. Sua memória é celebrada em 8 de Fevereiro.

Fonte: Tesouros da Igreja Católica

domingo, 2 de março de 2014

Maria sabia desde o início...

A Santíssima Mãe do Salvador passou toda a vida meditando, refletindo sobre as virtudes e os sofrimentos de seu Filho.

Quando ouviu os anjos cantarem cânticos de alegria, no nascimento do Menino-Deus, quando viu os pastores a adorá-lo no estábulo, seu espírito se encheu de admiração e ela passou a meditar todas essas maravilhas em seu coração. Maria comparava as magnitudes do Verbo encarnado à sua profunda pobreza e humildade; a palha e o berço, ao seu trono e ao seio do Pai; o poder de um Deus à fraqueza de uma criança; sua sabedoria à sua simplicidade.

A Santíssima Virgem disse um dia a Santa Brígida: “Quando eu contemplava a beleza, a modéstia, a sabedoria de meu filho, minha alma se enchia de alegria, e quando eu apreciava suas mãos e seus pés que um dia seriam perfurados com pregos, eu derramava uma torrente de lágrimas e meu coração se despedaçava de tristeza e de dor.”
São Luís Maria Grignon de Monfort 
Em Le Secret Admirable du Très Saint Rosaire pour se convertir et se sauver, (O segredo admirável do Rosário para se converter e se salvar) Mistérios dolorosos 3ª dezena, § 72