JESUS, EU CONFIO EN VÓS

Somo Servos da Misericórdia Divina.

O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.

Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.


Diariamente, colocaremos citações da obra de Santa Faustina, ou de outros autores que também receberam graças muito especiais, que o ajudará, com certeza, na sua meditação diária.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Maria, um remédio como a grama verdejante

A regra da providência divina é que ela providencie, para cada caso, de acordo com o que lhe convém. É por isso que, para o homem, sendo ele humano, ela providencia um remédio derivado da terra. Então, [nós lemos] em Eclesiástico (ou Sirácida): Da terra o Senhor criou os símplices, as plantas medicinais, o Senhor faz sair da terra o remédio. (Eclo 38, 4).

Dois remédios de terra nos são oferecidos: a grama verdejante e as árvores frutíferas. A grama verdejante é a Santíssima Virgem, celebrada, neste momento, pela Igreja, na Natividade do Senhor. Na verdade, ela é tida como a grama, por causa da sua humildade; verdejante, por causa de sua virgindade; e a que leva, a que contém o fruto, devido à sua fecundidade.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Dulcíssima Virgem Maria

Dulcíssima Virgem Maria,

Tu és é a mãe de todos os pobres humanos

E, especialmente, minha Mãe...

Minha Mãe, tu és forçada a atender a todos os meus pedidos.

Para a honra e glória de teu Filho,

peço que me aceites como teu filho,

sem levar em conta a minha miséria e os meus pecados.

Livra a minha alma e o meu corpo de todo o mal

e dá-me, acima de tudo, a humildade.

dá-me todos os  teus dons, bens e

graças que agradam à Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo,

Amém.

São Francisco de Sales 
(+ 28 dezembro de 1622)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A LUZ DA FÉ - LUMEN FIDEI

«Se Deus nos reconciliou consigo pela morte de seu Filho quando ainda éramos pecadores, 
muito mais [...] seremos salvos pela vida de Cristo ressuscitado» (Rom 5,10)
A maior prova da fiabilidade do amor de Cristo encontra-se na sua morte pelo homem. Se dar a vida pelos amigos é a maior prova de amor (cf Jo 15,13), Jesus ofereceu a sua vida por todos, mesmo por aqueles que eram inimigos, para lhes transformar o coração. É por isso que os evangelistas situam na hora da Cruz o momento culminante do olhar de fé: naquela hora resplandece o amor divino em toda a sua sublimidade e amplitude. São João colocará aqui o seu testemunho solene, quando, juntamente com a Mãe de Jesus, contemplou Aquele que trespassaram (cf Jo 19,37): «Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também» (Jo 19, 35). […]

É precisamente na contemplação da morte de Jesus que a fé se reforça e recebe uma luz fulgurante; é aqui que ela se revela como fé no seu amor inabalável por nós, amor que é capaz de penetrar na morte para nos salvar. É possível crer neste amor que não se subtraiu à morte para manifestar quanto me ama; a sua totalidade vence toda e qualquer suspeita e permite-nos confiar-nos plenamente a Cristo.

Ora, a morte de Cristo desvenda a total fiabilidade do amor de Deus à luz da sua ressurreição. Enquanto ressuscitado, Cristo é testemunha fiável, digna de fé (cf Ap 1,5; Heb 2,17), apoio firme para a nossa fé.

Papa Francisco 
Encíclica «Lumen fidei / A luz da fé», §§ 16-17
(trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev)  

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

É difícil escutar a voz de Deus

É difícil escutar a voz de Deus em nosso coração e descobrir seus desejos, a missão que Ele nos confiou. O Espírito Santo fala no silêncio e nós não o ouvimos, porque parece haver barulho demais.
 
Você conhece a lenda do monge e do templo na ilha? Disseram ao monge que os sinos mais belos era ouvidos nessa ilha, mas que, com o passar dos séculos, a ilha havia afundado no mar e, com ela, o templo e seus sinos. Uma antiga tradição afirmava que os sinos continuavam tocando sem cessar e que qualquer um que prestasse muita atenção poderia ouvi-los.
 
O único desejo do monge era ouvir esses sinos. E ele ficou sentado durante dias na beira do mar, diante do lugar em que o templo havia existido, e tentava ouvir com toda a atenção. Mas só escutava o barulho das ondas ao bater nas pedras. Ele fez todo o esforço possível para afastar de si o barulho das ondas, com o fim de ouvir os sinos. Mas foi em vão: o mar parecia inundar o universo.
 
Um dia, desanimado, desistiu da sua ideia, acreditando não ser um dos seres afortunados a quem era dado o dom de ouvir os sinos. Em seu último dia no local, ele apenas deitou na areia, contemplando o céu e ouvindo o som do mar. Naquele dia, ele não opôs resistência ao som do mar, apenas se entregou, e descobriu que o som das ondas era realmente doce e agradável. E foi ficando absorto naquele som, até seu coração ficar em silêncio profundo. E, em meio àquele silêncio, ele ouviu! Primeiro um sino, depois outro, outro e outro. E todos e cada um dos mil sinos do templo, que formavam uma gloriosa harmonia. Seu coração transbordou de assombro e alegria.
 
Sonhamos com ouvir a voz de Deus, buscamos o silêncio e nos retiramos do mundo. Não o encontramos. Os barulhos da vida nos incomodam e queremos evita-los. Queremos fazer silêncio, mas não conseguimos, porque continuam os barulhos, as vozes, os gritos. Não há silêncio em nosso interior e no mundo que nos cerca.
 
A história dos sinos no mar nos ensina a orar sem desprezar o mundo que nos rodeia, sem querer fugir dele. Quando aprendermos a ouvir nossa alma cheia de barulho, as ondas do nosso interior, o mar dos que estão ao nosso lado, a vida com sua falta de paz, esse dia cheio de atividades, então conseguiremos escutar os sinos de Deus.
 
Quantas vezes não vemos Deus no cotidiano! Não sabemos onde Ele está, nem o que quer de nós. Onde está nessa dor que sentimos, na rotina, em nossa família ou na tempestade do nosso coração. Ou diante de uma decisão difícil, de um fracasso.
 
Gostaríamos de ver o céu se abrindo e Deus dizendo “Sou eu, estou aqui”. Mas Ele fala de outra forma, às vezes apenas sussurra. Se começarmos a ver nossa vida e tudo o que os cerca com os olhos de Deus, descobriremos o melhor caminho para ouvi-lo.
 
Às vezes, essa voz de Deus são as pessoas que passam pela nossa vida. Aí podemos escutar Deus. Não andando na ponta dos pés sobre a vida, mas segurando-a entre as mãos. Não queremos abstrair-nos de todos os barulhos do mundo, mas colocando nosso coração ali, na realidade em queDeus nos fala.
 
No meio dos nossos barulhos, é possível ouvir a voz de Deus pronunciando nosso nome, dizendo-nos o quanto nos ama. Sim, nosso nome está escrito em tudo o que nos cerca, pronunciado por Jesus. E o nome de Jesus também está presente em todas as realidades, mas às vezes nós o pronunciamos timidamente.
 
É preciso amar o mundo no qual Cristo se fez carne. Aí mesmo, entre as pessoas, na falta de amor e paz, pois aí nasce o eterno. Aí começa a fronteira da eternidade. Aí entendemos o sentido da nossa vida, e os sinos de Deuscomeçam a tocar na nossa alma. Sua voz é doce e clara.
 
Escutemos o que Deus nos fala a cada dia e sigamos o caminho que Ele nos mostra.

Fonte: Aleteia - Padre Carlos Padilla

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A fé, uma força consoladora no sofrimento


O cristão sabe que o sofrimento não pode ser eliminado, mas pode adquirir um sentido: pode tornar-se acto de amor, entrega nas mãos de Deus que não nos abandona e, deste modo, ser uma etapa de crescimento na fé e no amor. […] A luz da fé não nos faz esquecer os sofrimentos do mundo. Os que sofrem foram mediadores de luz para muitos homens e mulheres de fé; tal foi o leproso para São Francisco de Assis, ou os pobres para a Beata Teresa de Calcutá. Compreenderam o mistério que há neles; aproximando-se deles, certamente não cancelaram todos os seus sofrimentos, nem puderam explicar todo o mal. A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho. 


Ao homem que sofre, Deus não dá um raciocínio que explica tudo, mas oferece a sua resposta sob a forma duma presença que o acompanha, duma história de bem que se une a cada história de sofrimento para nela abrir uma brecha de luz. Em Cristo, o próprio Deus quis partilhar connosco esta estrada e oferecer-nos o seu olhar para nele vermos a luz. Cristo é Aquele que, tendo suportado a dor, Se tornou «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2).


Papa Francisco 
Encíclica «Lumen fidei / A luz da fé», §§ 56-57
(trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev)

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014


Primeiro que tudo, queremos recordar uma verdade, que muito bem conheceis e é absolutamente necessária no combate a qualquer veneno de racionalismo. Verdade, que muitos mártires selaram com o próprio sangue, e célebres Padres e Doutores da Igreja professaram e ensinaram constantemente. É a seguinte: a Eucaristia é um Mistério altíssimo, é, propriamente, o Mistério da fé, como se exprime a Sagrada Liturgia: "Nele só, estão concentradas, com singular riqueza e variedade de milagres, todas as realidades sobrenaturais", como muito bem diz o nosso predecessor Leão XIII de feliz memória.[4]

São João Crisóstomo, que, como sabeis, tratou com tanta elevação de linguagem e tão iluminada piedade o Mistério Eucarístico, exprimiu-se nos seguintes termos precisos, ao ensinar aos seus féis esta verdade: "Inclinemo-nos sempre diante de Deus sem o contradizermos, embora o que Ele diz possa parecer contrário à nossa razão e à nossa inteligência; sobre a nossa razão e a nossa inteligência, prevaleça a sua palavra. Assim nos comportemos também diante do Mistério (Eucarístico), não considerando só o que nos pode vir dos nossos sentidos, mas conservando-nos fiéis às suas palavras. Uma palavra sua não pode enganar".[5]

Idênticas afirmações encontramos freqüentemente nos Doutores Escolásticos. Estar presente neste Sacramento o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de Cristo, "não é coisa que se possa descobrir com os sentidos, diz Santo Tomás, mas só com a fé, baseada na autoridade de Deus. Por isso, comentando a passagem de São Lucas, 22,19: Isto é o meu corpo que será entregue por vós", diz São Cirilo: "Não ponhas em dúvida se é ou não verdade, mas aceita com fé as palavras do Salvador; sendo Ele a Verdade, não mente.[6]

Repetindo a expressão do mesmo Doutor Angélico, assim canta o povo cristão: Enganam-se em ti a vista, o tato e o gosto. Com segurança só no ouvido cremos: creio tudo o que disse o Filho de Deus. Nada é mais verdadeiro do que esta palavra de verdade.

Mais ainda: é São Boaventura quem afirma: Estar Cristo no Sacramento como num sinal, nenhuma dificuldade tem; estar no Sacramento verdadeiramente, como no céu, tem a maior das dificuldades: é pois sumamente meritório acreditá-lo.[7]

O mesmo dá a entender o Evangelho ao contar que muitos discípulos de Cristo, ao ouvirem falar de comer carne e beber sangue, voltaram as costas e abandonaram o Senhor, dizendo: Duras são estas palavras! Quem pode escutá-las? Perguntando então Jesus se também os Doze se queriam retirar, Pedro afirmou, com decisão e firmeza, a fé sua e a dos Apóstolos, com esta resposta admirável: Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna [8]

Ao magistério da Igreja confiou o Redentor divino a palavra de Deus tanto escrita como transmitida oralmente, para que a guardasse e interpretasse. É esse magistério que devemos seguir, como estrela orientadora, na investigação desse Mistério, convencidos de que "embora não esteja ao alcance da razão e embora se não explique com palavras, continua sempre a ser verdade aquilo que há muito se proclama com a fé católica genuína e é objeto de crença em toda a Igreja". [9]

Ainda não é tudo. Salva a integridade da fé, é necessário salvar também a maneira exata de falar, não aconteça que, usando nós palavras ao acaso, entrem no nosso espírito, o que Deus não permita, idéias falsas como expressão da crença nos mais altos mistérios. Vem a propósito a advertência de Santo Agostinho sobre o modo diverso como falam os filósofos e os cristãos: "Os filósofos, escreve o Santo, falam livremente, sem medo de ferir os ouvidos das pessoas religiosas em coisas muito difíceis de entender. Nós, porém, devemos falar segundo uma regra determinada, para evitar que a liberdade de linguagem venha a causar maneiras de pensar ímpias, mesmo quanto ao sentido das palavras".[10]

Donde se conclui que se deve observar religiosamente a regra de falar, que a Igreja, durante longos séculos de trabalho, assistida pelo Espírito Santo, estabeleceu e foi confirmando com a autoridade dos Concílios, regra que, muitas vezes, se veio a tornar sinal e bandeira da ortodoxia da fé. Ninguém presuma mudá-la, a seu arbítrio ou a pretexto de nova ciência. Quem há de tolerar que fórmulas dogmáticas, usadas pelos Concílios Ecumênicos a propósito dos mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação, sejam acusadas de inadaptação à mentalidade dos nossos contemporâneos, e outras lhes sejam temerariamente substituídas? Do mesmo modo, não se pode tolerar quem pretenda expungir, a seu talante, as fórmulas usadas pelo Concílio Tridentino ao propor a fé no Mistério Eucarístico. Essas fórmulas, como as outras que a Igreja usa para enunciar os dogmas de fé, exprimem conceitos que não estão ligados a uma forma de cultura, a determinada fase do progresso científico, a uma ou outra escola teológica, mas apresentam aquilo que o espírito humano, na sua experiência universal e necessária, atinge da realidade, exprimindo-o em termos apropriados e sempre os mesmos, recebidos da linguagem ou vulgar ou erudita. São, portanto, fórmulas inteligíveis em todos os tempos e lugares.

Pode haver vantagem em explicar essas fórmulas com maior clareza e em palavras mais acessíveis, nunca, porém, em sentido diverso daquele em que foram usadas. Progrida a inteligência da fé, contanto que se mantenha a verdade imutável da fé. O Concílio Vaticano I ensina que nos dogmas "se deve conservar perpetuamente aquele sentido que, duma vez para sempre, declarou a Santa Madre Igreja, e que nunca é lícito afastarmo-nos desse sentido, pretextando e invocando maior penetração".

-- Carta Encíclica Mysterium Fidei, Papa Paulo VI, em 3 de Setembro de 1965