Queres conhecer o poder do sangue de Cristo? Voltemos
às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo
Testamento: Imolai,
disse Moisés, um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue (cf. Ex 12,6-7). Que dizes, Moisés? O sangue de
um cordeiro tem poder para libertar o homem dotado de razão? É claro que
não, responde ele, não porque é sangue, mas por ser figura do sangue do
Senhor. Se agora o inimigo, ao invés do sangue simbólico aspergido nas
portas, vir brilhar nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a
Cristo, o sangue verdadeiro, fugirá ainda mais para longe.
Queres
compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repara de onde começou
a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz, e a sua
origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na
cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma
lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do
batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado,
abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme
tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim
aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o
fruto do sacrifício.
De seu lado saiu sangue e água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que
trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me
ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta
água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi destes sacramentos
que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no
Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de
Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de seu lado traspassado, assim como do
lado de Adão foi formada Eva, sua esposa.
Por
esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a
expressão osso
dos meus ossos e carne da minha carne (Gn
2,23), que São Paulo refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como
Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo, de seu lado, nos deu
a água e o sangue para que surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o
lado de Adão enquanto ele dormia, também Cristo nos deu a água e o sangue
durante o sono de sua morte.
Vede
como Cristo se uniu à sua esposa, vede com que alimento nos sacia. Do mesmo
alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada
pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho
que deu à luz, também Cristo alimenta sempre com o seu sangue aqueles a
quem deu o novo nascimento.
-- Das Catequeses de São João Crisóstomo, bispo (século IV)
Fonte:
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JESUS, EU CONFIO EN VÓS
O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.
Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.
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