JESUS, EU CONFIO EN VÓS

Somo Servos da Misericórdia Divina.

O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.

Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.


Diariamente, colocaremos citações da obra de Santa Faustina, ou de outros autores que também receberam graças muito especiais, que o ajudará, com certeza, na sua meditação diária.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

MARAVILHAS DA BONDADE E DA MISERICÓRDIA DA SABEDORIA ETERNA


     A Sabedoria eterna comove-se vivamente diante da desgraça do pobre Adão e da sua descendência: observa com grande desgosto, o vaso -  que era a sua glória - fragmentar-se; vê o seu retrato desfigurar-se, a sua obra-prima destruir-se, e o seu vigário prostrado por terra.
         Escuta com ternura a sua voz angustiante e os seus gritos. Observa com compaixão os suores da sua fronte, as lágrimas de seus olhos, o cansaço dos seus braços, a dor do seu coração e a aflição da sua alma.

            I. O DECRETO DA ENCARNAÇÃO

         Parece-me ver, por assim dizer, essa amável Sabedoria convocar e reunir em assembleia, por uma segunda vez, a Santíssima Trindade, a fim de decidir a reparação e reabilitação do homem, tal como tinha feito já uma vez, no momento em que o criara. (GN 1,26: "Façamos o homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança". Esta linguagem no plural pretende dar a ideia da importancia do homem, que estava para ser criado; daí a deliberação da Sabedoria de Deus para essa reunião, de toda a divindade, ou seja, das três pessoas da Santíssima Trindade. É que a reabilitação do homem era uma obra tão importante como o fora a sua própria criação. Acena do amor de Deus repete-se)
          Imagino também que, nesse majestoso conselho, surge uma espécie de combate entre a Sabedoria eterna e a Justiça de Deus.

        Nessa discussão acerca do homem parece-me ouvir, a Sabedoria afirmar: o homem, na realidade, e também a sua descendência, devido ao seu pecado, mereceu ser condenado para sempre, juntamente aos anjos rebeldes; no entanto, há que ter compaixão dele já que terá pecado mais por fraqueza e por ignorância do que por malícia.
       É uma grande desgraça, observa a Sabedoria, deixar a obra-prima tão perfeita na sua origem, nas garras do inimigo, com milhões de homens perdidos para sempre, por culpa do pecado de um só. Mostra a seguir, os lugares deixados vazios no Céu pelos anjos apóstatas e a conveniência  em preenchê-los.
       Lembra a grande glória que Deus irá receber no tempo e na eternidade caso o homem venha a ser salvo.
       Parece-me ouvir depois a Justiça de Deus responder: fica decretada a sentença de morte e de condenação eterna contra o homem e sua descendência, e deverá ser executada sem diminuição de pena e sem misericórdia, tal como sucedeu com Lúcifer e seus sequazes; o homem, apesar de tantos benefícios recebidos, mostrou-se um ingrato; tendo seguido o demónio na desobediência e no orgulho, deverá segui-lo também no castigo, já que é  mesmo necessário que o pecado seja punido.
       A Sabedoria, não vendo no universo algo capaz de expiar o pecado do homem, de reparar a justiça e aplacar a ira de Deus e querendo, apesar de tudo, salvar o pobre homem que ama, encontra um meio admirável.
       É de pasmar: o amor incompreensível vai aos extremos! Eis que a amorosa e real Princesa oferece-se a si mesma, em sacrifício ao Pai, para reparar o homem da escravidão do demónio, para livrá-lo das chamas do inferno e para merecer-lhe uma eternidade feliz.
       A sua oferta é aceite; é tomada uma decisão: a Sabedoria eterna, isto é, o Filho de Deus, far-se-á homem no momento oportuno e dentro de parâmetros estabelecidos.
       No período dos milénios que passaram desde a criação e desde o pecado de Adão até à encarnação da sabedoria divina, tanto Adão como os seus descendentes morreram, tal como estava fixado na lei de Deus; porém, em previsão dos méritos da encarnação do Filho de Deus, receberiam a graça do cumprimento dos mandamentos e do exercício duma digna penitência em caso de transgressão; e assim, se eventualmente tivesse morrido em graça e na amizade de Deus, então as suas almas desceriam ao limbo, esperando ali a vinda do Salvador e Libertador, para lhes abrir as portas do Paraíso.
                               

                    II.  DURANTE O TEMPO ANTERIOR À ENCARNAÇÃO

           Durante todo o tempo que precedeu a encarnação, a Sabedoria eterna testemunhou aos homens, de mil maneiras, quanto Ela os amava e quanto ansiava por fazer-lhes chegar os seus benefícios e de morar com eles: "as minhas delícias consistem em estar junto dos filhos dos homens." (Prov. 8,31.)
             A Sabedoria vai por toda a parte á procura de quantos são dignos dela (Sab.6,16) ou sejam, as pessoas dignas da sua amizade, dignas de seus tesouros, dignas da sua própria pessoa. Ela difundiu-se pelas nações, fazendo sua morada nas almas santas, transformando-as em amigos e profetas de Deus; e só Ela formou todos os santos patriarcas, os amigos de Deus, os profetas e os santos, tanto do Antigo como do Novo Testamento. (Sab.7,27.)
             Foi a Sabedoria eterna que inspirou os homens de Deus, que falou pela boca dos profetas, guiou-os nos seus caminhos, iluminou-os nas dúvidas, amparou-os nas suas fraquezas e livrou-os de todos os males.

São Luís de Monfort - "O Amor da Sabedoria Eterna"

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