JESUS, EU CONFIO EN VÓS

Somo Servos da Misericórdia Divina.

O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.

Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.


Diariamente, colocaremos citações da obra de Santa Faustina, ou de outros autores que também receberam graças muito especiais, que o ajudará, com certeza, na sua meditação diária.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

NA CRIAÇÃO DO HOMEM

 
         Tudo no homem era luminoso, sem trevas; formoso, sem fealdade; puro, sem mancha alguma; harmonioso, sem qualquer desordem, sem defeito e sem imperfeição. O seu espírito era dotado da luz da Sabedoria para reconhecer perfeitamente o Criador e as criaturas. Trazia na sua alma a graça de Deus, tornando-o inocente a aprazível aos olhos do Altíssimo.
           Tinha o dom da imortalidade corporal e possuía no coração o puro amor de Deus, sem temer a morte, e amava a Deus continuamente, sem interrupção, sem negligências, só por puro amor e só para a sua glória. Enfim, ele era de tal maneira divino que era levado a cada momento, por assim dizer, a ficar fora de si, arrebatado em Deus, sem paixões a vencer ou inimigos a combater.
           Ó liberalidade da Sabedoria eterna para com o homem!
           Ó feliz estado do homem quando da Sua inocência!

           Mas!... Ó desgraça das desgraças!... Eis que esse vaso todo divino fragmentou-se em mil pedaços; a esplendorosa estrela caiu por terra; o sol brilhante cobriu-se de lama!
           Eis aí o homem que peca e, pecando, perde a sua sabedoria, a sua inocência, a sua formosura e imortalidade. Perde, enfim, todos os bens que tinha recebido e vê-se agora assaltado por uma infinidade de males!
           O homem tem o seu espírito todo embotado de trevas: já não vê mais nada. Tem o seu coração gélido para com Deus e já não O ama; a sua alma está manchada pelo pecado, assemelhando-se aos demónios. Tornam-se-lhe desordenadas as paixões, que já não controla. Resta-lhe a companhia dos demónios, de quem se torna morada e escravo. Vê-se atacado pelas criaturas, que lhe movem guerra.
           Eis aí o homem que, num ápice, se tornou num escravo do demónio, no objeto da ira divina e na vítima do inferno.
           Sente-se a si mesmo de tal maneira hediondo que, por vergonha, corre a esconder-se. É amaldiçoado e condenado à morte; é expulso do paraíso terrestre e não tem mais direito ao céu. É condenado a levar uma vida sem qualquer esperança de ser feliz: é um desgraçado a vaguear sobre uma terra amaldiçoada. E será como maldito que ele morrerá para, depois da morte, se tornar como o demónio, condenado para sempre no corpo e na alma. E tudo isto para si mesmo e sua descendência.
           Tal foi a desgraça tremenda em que o homem veio a cair, depois do pecado; tal foi a merecida sentença que a justiça divina pronunciou contra ele.
           Em tal estado, Adão sente-se como um desesperado: não pode receber ajuda nem dos anjos nem das outras criaturas. Nada é capaz de restaurá-lo e levá-lo ao estado anterior já que ele era demasiado perfeito na sua criação, e o seu pecado tornou-o demasiado hediondo e repelente. Vê-se expulso do paraíso e da presença de Deus.
           Tem consciência de que a justiça divina há-de persegui-lo a ele e a toda a sua descendência.
           Vê fechar-se-lhe o céu e abrir-se o inferno, e não vê ninguém capaz de abrir-lhe o primeiro e fechar-lhe o segundo.

(Sem dúvida que o autor traça aqui um quadro bem pessimista, embora real. Mas essa ênfase negativista do homem é para fazer realçar mais e melhor a ação divina, a ação da sabedoria de Deus na Redenção. Ler os numeros 43 e 46 do mesmo livro) 

São Luís de Monfort - "O Amor da Sabedoria Eterna"

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