JESUS, EU CONFIO EN VÓS

Somo Servos da Misericórdia Divina.

O que é extraordinário, nos textos e mensagens entre Jesus e a Irmã Faustina, é que em qualquer dos textos citados podemos identificar-nos com a Irmã Faustina, como se estas mensagens estejam diretamente dirigidas a cada um de nós. A alma que tem sede de Deus, e por ter procurado uma intimidade com Ele, mas sem saber como a alcançar, está agora em plena consciência, enquanto anteriormente não distinguia claramente a Sua voz, nem compreendia a Sua mensagem, a partir da leitura das declarações de Jesus e suas interpretações da Irmã Faustina, o véu abriu-se e agora tudo ficou transparente e nítido.

Estas mensagens, que nos foram dirigidas, ao longo de toda a nossa vida, ganharam sentido, ultrapassando a barreira do tempo e agora disponíveis e compreensíveis para todos aqueles que o desejam, em comunhão com os Santos e a Santa Igreja, pela graça da Misericórdia Divina.


Diariamente, colocaremos citações da obra de Santa Faustina, ou de outros autores que também receberam graças muito especiais, que o ajudará, com certeza, na sua meditação diária.

terça-feira, 23 de julho de 2013

CONSAGRAÇÃO AOS ANJOS (continuação)


2. Consagrações aos Santos Anjos

Sobre o sentido de uma consagração aos Santos Anjos
A possibilidade de uma consagração aos Santos Anjos resulta também da natureza da virtude da devotio. "A Igreja venera os Anjos" (Cat., n. 352) e recomenda esta veneração para a glorificação de Deus:
"Senhor, Pai Santo, ... é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, ... Proclamamos a Vossa imensa glória, que resplandece nos Anjos e nos Arcanjos, e honrando estes mensageiros celestes, exaltamos a Vossa infinita bondade, porque a veneração que eles merecem é sinal da Vossa incomparável grandeza sobre todas as criaturas" (Missal Romano,Prefácio dos Anjos).
São Bernardo faz ver o amor que deveríamos cultivar para com os Santos Anjos: "A teu respeito, ordenou a Seus Anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra, quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. ... Sejamos-lhes fiéis, sejamos gratos a tão grandes protetores; paguemos-lhes com amor; honremo-los tanto quanto pudermos, quanto devemos. Prestemos, no entanto, todo o nosso amor e nossa honra Àquele que é tudo para nós e para eles; de quem recebemos poder amar e honrar, de quem merecemos ser amados e honrados" (Sermo 12 in Ps 90). Em tal afeto, veneração, dedicação, gratidão e firmeza expressa-se a essência de uma consagração aos Anjos, que, indo além dos Anjos, tende ao Senhor como fim.


Sobre a história da Consagração aos Anjos
Na Antiga Aliança, Deus mesmo confiou o povo de Deus aos cuidados dos Santos Anjos (cf. Ex 23,20s; Dn 10,13.21; 12,1). Como Príncipe dos exércitos celestes, o Arcanjo São Miguel foi reconhecido como protetor especial do povo de Deus (cf. Dn 10,21; Ap 12,7s).Na Igreja, a veneração ao Arcanjo São Miguel remonta até o primeiro século. Desde os primeiros tempos também os outros Santos Anjos foram venerados. Em breve foram-lhes dedicadas igrejas e o povo de Deus foi colocado sob a sua proteção e patrocínio. Quando, depois do Concílio de Trento (1545-1563), prosperaram as consagrações ao Coração de Jesus e a Maria, houve, em muitos lugares, também consagrações aos Santos Anjos.No século XIX, esta consagração veio a ser uma prática de devoção largamente difundida e reconhecida. Várias associações ligaram a receção dos seus membros a tais consagrações. A Igreja promoveu tais confrarias em honra dos Santos Anjos e reconheceu suas orações de consagração. Na consagração aos Santos Anjos exprime-se a unidade da Igreja peregrinante e triunfante. Santo Agostinho escreve: "Estas duas partes um dia também serão unidas no gozo comum da eternidade, até, já estão unidas pelo laço do amor, uma união que não tem outra finalidade a não ser o culto de Deus" (Enchiridion, cap. XV). E no Catecismo lemos: "Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos Anjos e dos homens, unidos em Deus" (Cat., n. 336).
Relação ao Batismo e à Profissão religiosa
Como a consagração a Nossa Senhora, assim também a consagração aos Santos Anjos é uma aliança que está fundada na consagração a Cristo no sacramento do Batismo. No Batismo renunciamos aos anjos caídos e dizemos "sim" a Cristo.
Este "sim" a Cristo e a união com Ele não apenas trazem consigo a união com os outros membros humanos da Igreja, mas também a comunhão com os Santos Anjos (cf. Hb 12,22s), já que Cristo não é apenas a Cabeça dos homens, mas também dos Anjos (cf. Summa Theol. III,8,4 sc; Cl 2,10).
Vários Padres da Igreja indicam esta relação do Batismo para com o mundo dos Santos Anjos.São Cirilo de Jerusalém escreve: "Irmãos, cada um de vós [batizados] deve ser apresentado a Deus na presença de miríades de exércitos de Anjos. O Espírito Santo assinalará as vossas almas. Entrareis no serviço do grande Rei" (Catequ., III 3).
Papa Leão Magno descreve a confissão cristã e a graça da redenção por Cristo como um juramento de bandeira, que nos constitui combatentes no exército celeste: "Assim, tu, nascido de carne corruptível, nasces do Espírito de Deus e recebes pela graça o que não tiveste pela natureza: assim podes chamar a Deus teu Pai. ... Ajudado pelo auxílio do alto, procede segundo a vontade de Deus! Enquanto estiveres na terra, toma os Anjos por modelo! Deleita-te com a força da sua natureza imortal e combate, cheio de confiança, contra as tentações inimigas, para proteção de uma vida agradável a Deus. E se cumpriste o teu juramento de bandeira, como combatente no exército celeste, não há razão para duvidar que no acampamento triunfal do eterno Rei hás de receber, por tua vitória, a coroa" (Sermo XXII, 2).
Especialmente na tradição do Oriente cristão, essa comunhão com os Santos Anjos é realizada mais intensamente pela profissão dos conselhos evangélicos: "O Oriente cristão sublinha essa dimensão, ao considerar os monges como anjos de Deus sobre a terra, que anunciam a renovação do mundo em Cristo" (João Paulo II, Exortação apostólica pós-sinodal Vita Consecrata sobre a Vida Consagrada e a sua missão na Igreja e no mundo, n. 27).

Não é somente dentro do estado de vida consagrada que se pode notar a aspiração a uma vida em comunhão com os Santos Anjos. "Inúmeras páginas de literatura cristã poderiam ser aduzidas como testemunhos esplêndidos e fidedignos deste anseio pela cidade dos Anjos, por aquela 'cidade celeste, grande e ampla', cujos cidadãos 'gozam da visão de Deus', já que o próprio Deus é o espetáculo sempre novo, que os bem-aventurados contemplam" (Garcia Colombás, Paraíso y Vida Angélica, Montserrat 1958, p. 88; cf. Agostinho, In Psalm 147,4).


Sobre a essência de uma Consagração aos Santos Anjos
A consagração aos Santos Anjos é uma aliança. Aquela comunhão com os Santos Anjos que é realizada implicitamente no Batismo, é confirmada pela consagração, de modo consciente e explícito.O homem confia-se, em amor fraterno, aos Santos Anjos quais irmãos inteiramente santos, já definitivamente unidos a Deus, e cosservos diante de Deus (cf. Ap 19,10; 22,9). Com isso abre-se voluntariamente à sua ação auxiliadora. Ao mesmo tempo, o homem compromete-se a ouvir e obedecer suas advertências (cf. Ex 23,21), que sempre têm como fim a glorificação de Deus e o cumprimento da Sua vontade. Ele aspira a uma íntima colaboração com eles, para a extensão e defesa do Reino de Deus na terra, e a uma vida o quanto possível perfeita como membro vivo da Santa Igreja.Uma consagração aos Santos Anjos leva a sério a sua missão salvífica para com os homens, como servos de Cristo (cf. Cat., n. 331). Ela significa uma ligação voluntária aos Santos Anjos, para, com seu auxílio e imitando-lhes as virtudes, aspirar à perfeição que corresponde ao próprio estado, e, em comunhão com eles, cooperar na missão apostólica da Igreja para a salvação das almas.Pela consagração a Maria o homem realiza todas as ações por, com e em Maria, para realizá-las mais perfeitamente com e em Cristo. Algo semelhante pode valer também para a consagração aos Anjos: o homem aspira a fazer tudo o possível, como e com os Santos Anjos, para ser unido mais perfeitamente com Cristo e ser transformado n’Ele.

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